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Carnaval 2008

por neves, aj, em 07.02.08

Rio de Janeiro

PhotobucketNo Rio, o Carnaval teve um cheirinho português. Aliás, dois cheirinhos: um no primeiro e outro no segundo dia de desfile das "escolas" do grupo especial (a 1ª divisão, chamemos-lhe). Registe-se, no entanto, que este aroma lusitano não foi por acaso, antes sim por "imposição" da Prefeitura (Câmara Municipal) que desejou dar ainda mais ênfase às comemorações dos 200 anos da Chegada da Corte Portuguesa ao Brasil [a merecer destaque no Voz um dia destes]. As escolas "escolhidas" foram aquelas que desfilariam em primeiro lugar em cada um dos dias tendo por sorteio saído a sorte a São Clemente no primeiro e Mocidade Independente no segundo dia.
Fique registado que não se pretende ofuscar a
vitória da Escola de Samba Beija-Flor de Nilópolis por iniciarmos assim esta crónica. De jeito nenhum. Até endereçamos os parabéns. Simplesmente a nossa pretensão nesta entrada é divulgar (e valorizar) o que se relaciona com a Pátria Lusa neste Carnaval, o que é perfeitamente compreensível dada a nossa condição de lusitano.
Assim, a Escola de São Clementeexplorou a figura de D. Maria I, a Piedosa, Rainha de Portugal que enlouqueceu e que foi substituída nas funções por seu filho D. João, o Príncipe Regente, futuro Rei D. João VI. Foi nessa condição que a Rainha por aqui aportou em 1808, aquando da fuga a Napoleão, e ficou conhecida como D. Maria, a Louca. Digamos então que a Escola "juntou a Família Real e a loucura". [enredo]
Já a Mocidade Independente de Padre Miguel "equilibrou luxo e cores tropicais" e apresentou comoenredo o Império Português em que a figura principal é D. Sebastião, o rei aventureiro e sonhador que o Povo cognominou de O Desejado já que desapareceu em batalha no norte de África, Alcácer Quibir, sem ter deixado descendência. Como é sabido, Portugal perdeu a independência tendo vivido sessenta longos anos sob o jugo castelhano... até 1640. Saliente-se que com a perda da liberdade lusitana, também desapareceu o domínio sobre as colónias de então o que foi assaz marcante e significato na sua formação. No Brasil, por exemplo, Recife ficou sob bandeira da Holanda e aqui se explica a descendência holandesa de tantos pernambucanos e o próprio Tratado de Tordesilhas que limitava a fronteira do país até ao meridiano das 370 léguas (a meio do Estado do Pará) deixou de ter efeito prático (afinal o Brasil estava também sob domínio espanhol) permitindo que a fronteira brasileira se fosse alargando cada vez mais para oeste.

Sobre os desfiles das Escolas não nos vamos pronunciar e em abono da verdade diga-se que nem assistimos ao da primeira das escolas. O desfile da Mocidade foi interessante e bonito, claro, mas também nos revelou factos históricos importantes. Para além das anteriores deixamos mais algumas ligações que podem facilitar a vida aos interessados, nomeadamente ligações às fotos e aos sambas-enredo de cada uma das Escolas.

Em remate diga-se que a Escola de São Clemente foi rebaixada, foi a última classificada, muito por culpa  própria e dando até a ideia de que a loucura do enredo que elaboraram tomou conta da mente dos responsáveis da escola. O atrevimento depassista em desfilar na avenida com reduzidíssimos 4 centímetros como tapa-sexo, que para os juízes afinal nada teria tapado, valeu meio ponto de penalização que teria sido determinante na descida.

SÃO CLEMENTE

MOCIDADE INDEPENDENTE

Fotos Uol

Fotos G1

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publicado às 08:59


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