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Futebolisticamente luso

por neves, aj, em 31.03.08

(crónica que nunca saiu e que, sem explicação, vai hoje para o ar só que acompanhada da tropicalíssima Carmen Miranda)

CLICARChovam daí ou dali ou mesmo dacolá as críticas que choverem, nós não temos o mínimo problema em escrever que Deco se sente português futebolisticamente falando. Pelo menos. Afinal saiu do Brasil ainda moleque, quase a fazer 20 anos, e se é verdade que já levava o jeito nas chuteiras este teve que ser aparado, moldado (digamos antes lapidado já que estamos perante um diamante ou pelo menos frente a um jogador bem acima da média) para se adaptar à realidade portuguesa (ou europeia se desejarmos). Doa a quem doer, Deco formou-se futebolisticamente por lá e ele próprio o reconhece quando interrogado sobre a sua escolha pela Selecção Nacional Portuguesa:
- Não me arrependo da escolha que fiz, pela forma que sou tratado em Portugal, pelo respeito que os portugueses têm comigo. Sou brasileiro, amo meu país, mas não me arrependo. Foi uma forma de retribuir o que Portugal fez por mim.
Claro que a paixão (ou orgulho nacional) de certos jornalistas brasileiros foram repatriar Deco logo que ele começou a aparecer (pudera, foi vencedor da Taça Uefa e Campeão Europeu pelo FC Porto) e em certas atitudes chauvinistas chegaram até a dizer que a Selecção Portuguesa não tinha nada, apenas o Deco que afinal era brasileiro (
aqui o fel chauvinista de Chico Lang). Quanto a nós que não acreditamos que o simples facto de nascer em determinado território transmita características ao ser humano (durante o crescimento ou desenvolvimento é que o ambiente influencia) ficávamos deveras melindrados com aqueles comentários e bastante chateados quando ouvíamos chamar de "o brasileiro Deco" estando ele equipado com a Camisola das Quinas. Falta de ética jornalística bem patente. Luso-brasileiro ficaria bem melhor e mesmo assim a ser apenas realçado como nota à margem ou quando o futebolista envergasse camisola ou camisa de um clube qualquer, nunca de uma selecção que afinal, quer queiramos ou não, representa um país. Dir-me-ão que é uma mesquinhez da nossa parte, mas certamente que ninguém por aqui gostaria de ver publicitado osucesso de Mamãe eu Quero ouChica Chica Boom Chic interpretados pela portuguesa Carmen Miranda [que curiosamentenunca se naturalizou brasileira] ou, já em momentos bem actuais, noticiar o Ministro da Saúde do Brasil, como o português José Gomes Temporão.

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E de uma crónica que estava unicamente para encaminhar os leitores até entrevista dada por Deco ao portal GloboEsporte.com fez-se desabafo de algo que sempre nos incomodou e aproveitou-se para juntar três homens que têm em comum o facto de serem luso-brasileiros, de se terem cruzado sobre o Atlântico (dois deles no sentido da Lusitânia e o outro no de Terras de Vera Cruz) e que de desconhecidos nas pátrias onde nasceram passaram a celebridades na nação que adoptaram como sua: o conhecidíssimo futebolista Deco, mencionado como de nacionalidade portuguesa no portal Pelé.net mas nascido em S. Bernardo do Campo, Estado de S. Paulo-Brasil, o conceituado médico sanitarista e actualmente Ministro da Saúde do Brasil,José Gomes Temporão, nascido em Monção-Portugal, e Pepe, outro futebolista, este nascido em Maceió, Estado de Alagoas-Brasil, e que recentemente passou a ser escolha do seleccionador nacional português curiosamente o brasileiro Luís Felipe Scolari. Do desconhecido Pepe também já se fala por aqui, claro, fala-se do brasileiro ao serviço do poderosíssimo Real Madrid e da Selecção de Portugal, mas o que falta divulgar é a sua maneira de pensar que ele bem patenteou em entrevista: "sou brasileiro de nascimento, mas futebolisticamente sou português"... afinal Pepe rumou a Portugal quando tinha apenas 18 anos.

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publicado às 13:09



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