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Euro 2008 - o peito lusitano

por neves, aj, em 09.06.08

Muito a propósito escolhemos Pepe, um dos lusos-brasileiros da Nossa Selecção como figura merecedora de ser cantada por Camões.

CLICARCertamente que de imediato se levantarão vozes contra, umas portuguesas (poucas felizmente) e algumas outras desta banda de cá (que não é relevante quantificar) por termos escolhido um homem nascido por terras do Brasil. Estamos cônscios que a (nossa) escolha desta atitude acrobática de Pepe na marcação do primeiro golo de Portugal neste Euro 2008 (vista posterior) para definir o querer e a vontade (a "raça") da Selecção das Quinas  pode assim ser considerada pelos primeiros como constatação da perda da identidade lusitana na Selecção e pelos segundos como um roubo ou furto, uma usurpação.
Nada disso. Aprendei cada uma das partes, como nós o fazemos, a olhar para Pepe como o número 15 da Selecção Nacional Portuguesa cuja camisola ou camisa defende, convenhamos, com muita determinação. Quanto ao direito ou não de envergar essa camisola que se deixem os portugueses (os citados) de sonhos quixotescos e que os brasileiros (os também citados) encarem a perda futebolística de Pepe como um dado adquirido.
Tal como Pepe já afirmou, nós voltamos a lembrar que jamais será pretensão do cidadão brasileiro nascido no Estado de Alagoas rejeitar a sua Pátria-berço e que é tempo de as pessoas se consciencializarem que Pepe tem mais uma nacionalidade, escolhida por livre vontade porque o direito lhe assistia, e que se disponibilizou para a representar futebolisticamente ficando a partir do momento em que envergou oficialmente a camisola vermelha proibido para todo o sempre de vestir a camisa amarela da Selecção Nacional do Brasil.
Sendo assim porque lembrar sistematicamente que Pepe é brasileiro quando ele enverga uniforme representativo de outra Nação? Compreendemos que o orgulho patriótico, que também temos e até será uma das causas que nos leva a redigir a presente crónica, leva muitas vezes as pessoas a perder o discernimento, mas é necessário ter sempre em mente que do outro lado pode eventualmente existir orgulho merecedor de respeito. E pessoas que estão à frente das câmaras de televisão devem ter cuidados redobrados para não deixar extrapolar algo que possa ferir a susceptibilidade dos outros. Assim, não podemos de modo algum pactuar com o abuso na identificação como brasileiros do número 15 e número 20 portugueses, se necessário leia-se Selecção Portuguesa, com que o comentador da TV Record nos brindou durante o desafio de Portugal frente à Turquia. Lamentamos não possuir gravação do desafio, mas afiançamos-vos que foram muitas vezes. Bastantes e demasiadas para nos chatear a molécula e a fazer escrito. É certo que terão todo o direito de nos chamar mesquinhos, mas talvez seja esse tal orgulho que nos leva a falar (escrever) assim. Para nós o papel do comentador é essencialmente comentar o que se passa em campo, também contar um pouco a história deste ou daquele interveniente do espectáculo, mas no caso presente então que a relate na sua versão total e que diga abertamente que Pepe preferiu a Selecção Portuguesa, por exemplo, e que dentro das quatro linhas se sente lusitano. Futebolisticamente português, já o escrevemos porque ele o disse e assim se sente. Concordamos que se faça a citação ao local onde nasceu, claro, mas apenas como complemento e jamais como constante destaque com tal ênfase que espectador neutral e distraído até poderia ser levado a pensar que a selecção canarinha também estava em campo. Lembrar sistematicamente ao espectador que Pepe é brasileiro quando enverga a Camisola das Quinas não nos parece política correcta, não. Que tal seja feito quando ele estiver ao serviço do Real Madrid que aqui borrifamo-nos para a questão. Apetece-nos perguntar ao referido comentador se ele aceitaria de bom grado que numa disputa da Taça Davis ouvisse alguém vangloriar-se que graças ao triunfo do argentino Fernando Meligeni o Brasil se tinha sagrado campeão. Afinal Meligeni foi um tenista argentino ou brasileiro? Claro que foi (ou é) tenista brasileiro por naturalização do cidadão nascido na Argentina. Ele até assim o proclama conforme encontrámos por pesquisa na internet. Para nos tornarmos mais chatos poderemos ainda imaginar títulos na imprensa mundial citando que o Ministro da Saúde do Brasil, o português José Gomes Temporão, usou da palavra na convenção de não sei quantos ou ainda que a cantora portuguesa Carmen Miranda foi das que mais espalhou os sons e tons do Brasil pelo mundo e, claro, que todo brasileiro que se preze de o ser não iria gostar e qualquer homem com dois palmos de testa consideraria que os títulos traduziam o chauvinismo de quem redigia.
O que é demais parece mal e igualmente cheira mal, diz o (nosso) Zé Povinho e como não temos sangue de barata aqui fica o nosso protesto.
Mais sensatez é o que se exige para a próxima que, recordamos, é na Quarta-feira dia 11 pelas 17 horas de Lisboa e 13 de S. Paulo.




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publicado às 19:59

Euro 2008 - Jogo 1

por neves, aj, em 09.06.08

Portugal 2-0Turquia

Sobriedade, personalidade, união e arte...

PhotobucketNa estreia no Euro 2008, a Selecção Nacional Portuguesa levou de vencida a sua congénere turca por 2-0.
Sem contestação e com justiça.
Foi lindo de ver, pá!
A ilação mor que tiramos deste jogo é que dá para confiar na rapaziada: nos bravos vimos garra, luta, querer e arte, claro.
Temos gajos, carago!
Contudo, menos eufóricos e mais prudentes, que não se embandeire em arco e que Felipão trate de encomendar montanhas de cautelas e rios de caldos de galinha. É, é que vem aí a poderosa selecção da República Checa. Será na Quarta-feira, dia 11 de Junho, quando forem oficialmente 17 horas em Portugal e 13 horas nos relógios de S. Paulo. Por aqui a TV Record transmite em sinal aberto. Lembramos que uma vitória frente aos checos coloca-nos (
quase) nos "quartos" e, essencialmente, livra-nos da calculadora.
Uma palavra de destaque ainda para a correcção no desafio (pese embora a excessiva virilidade turca chegando ainda a dar a ideia que o andebol e o futebol se misturam por aquelas bandas do Bósforo) e, muito especial e carinhosamente, para a maravilhosa e patriótica manifestação dos nossos emigrantes.

dossier EURO 2008 JORNADA 1 (apresentação pps)





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