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Banco é Caixa

por neves, aj, em 15.12.07

Nota introdutória (afinal post-scriptum colocado no início) – fica o aviso de que nos perdemos completamente na prosa já que a ideia era apenas apresentar o Dicionário Michaelis da Língua Portuguesa usado deste lado do Atlântico (ligação na imagem e também no item Língua Portuguesa na coluna dos links na Casa-Mãe) sendo servido como aperitivo um anúncio comercial em que Felipão é a estrela e onde fala das diferenças vocabulares entre as duas Nações, mas acabámos por centralizar a acção num gajo que andava a pedi-las há muito. É... passámo-nos dos carretos como se diz na santa terrinha, afinal expressão que também merece alusão da parte do tal gajo.

Photo Sharing and Video Hosting at PhotobucketA conversa já teve lugar há meses. Provavelmente aconteceu a um Domingo visto que é fim-de-semana e é um daqueles dias em que os impulsos ou pulsos são mais baratos ou talvez tenham um período de tempo mais vasto e se num dos extremos do fio, da banda di lá, estava a filha curiosa e ávida em saber tudo o que se relaciona com o pai, este do lado di cá escutava-a atentamente, embevecido e feliz procurando satisfazer todas as interrogações da menina.
– Pai, por aí atacadores são cadarços, né?
– É, é isso mesmo. Já andas a preparar-te para a travessia do Atlântico?
–Népias. Tem calma, talvez para o ano. E como é que se diz matraquilhos?
– ... me pegaste... não sei... fico-te a dever essa...
–Quê? Ena, parece que o meu paizinho está a mudar a linguagem...
– (sorrindo) Não sei como se diz, não e se queres que te diga nunca vi por aí uma mesa de matrecos...
(pebolim, diz a companheira)
–Olha, assopraram-me ao ouvido que é pebolim
– Pebolim... pebolim ou pimbolim, parece que o Felipão diz pimbolim.
– Felipão?
– Sim no
anúncio da Caixa
– Ena, esse gajo ainda um dia chega a ministro...

Bom que chegue ou não, não interessa e afinal que problema haveria se Portugal tivesse um ministro nascido no Brasil? O Brasil tem um nascido em Portugal, o da Saúde, e nunca ouvimos por aqui lamentos, sobre a sua nacionalidade claro está. Virá a propósito lembrar que Portugal já teve um Presidente da República,Bernardino Machado, nascido no Rio de Janeiro e em caso bem mais recente lembremo-nos de uma célebre Presidente de Câmara que se serviu da sua condição de nascida também no Rio para lá se asilar durante uns tempos até as águas serenarem por Felgueiras.

Apesar de nos termos desviado um pouco da conversa dará para perceber que a nossa intenção não era propriamente falar de Felipão ou de ministros e sim dos diferentes termos vocabulares entre os dois lados do Atlântico. Diferenças essas que são aqui apontadas apenas por curiosidade e jamais com o intuito de nos estarmos a preparar para lançar dicionário tradutor à semelhança de douto senhor que para ganhar uns cobres resolveu um dia publicar o Shifaizfavoire (não imaginávamos que era assim que dizíamos em Portugal) e que foi uma tentativa bem falhada de ser guia de conversação entre as duas formas da Língua separadas pelo Atlântico.
Cremos que Mário Prata, é o gajo, jamais terá vendido um exemplar a Felipão ou a qualquer futebolista ou trabalhador brasileiro (precisará dele para quê?) que nos tempos actuais ruma a Portugal à procura da sorte e o seu livro (pleno de erros de construção frásica, assinale-se) não será  mais que um pasquim para ser declamado em serões de xenófobos pseudo-elitistas em que a "piada de português" será a mestre-sala. Sinceramente que ao tomar contacto com certos vocábulos do livro até nos julgamos estrangeiros dentro da nossa própria Língua e registe-se que primamos por desenvolver o conhecimento dos vários termos usados para um dado ser ou ente nas diversas regiões do pequeno Portugal. O livro, afinal um catálogo de termos, é omisso em muitos casos e noutros mente. Se propositadamente ou por ignorância não podemos ajuizar. Talvez as tascas do Bairro Alto estejam bem mais dentro. Nem tudo é mau, claro, e muitos termos, muitos mesmo,  e respectiva explicação estão absolutamente correctos. Assim, tudo correria bem e não descarregaríamos a raiva, como por aqui se diz, se não houvessem comentários pejorativos, estúpidos e desnecessários (com que autoridade esse gajo me chama de "feliz sofredor", por exemplo?) de um escriba a necessitar de olhar para dentro e que ainda se atreve a intitular-se de descendente de português... inevitavelmente se deve colocar a questão se o ADN ainda estaria dentro do prazo de validade.

Em fim de papo e mais que não seja que este texto lhe sirva, ao tipo, para acrescentar umas pérolas à trampa que compilou.












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