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Zé Neves, 91 anos

por neves, aj, em 25.02.08

Nascido em 1917, meu pai completaria hoje, 25 de Fevereiro, 91 anos

Talvez houvesse festa. Creio que sim. Sem pompa nem circunstância, bastaria que em qualquer canto do planeta e em clima de franca alegria [e sem a sensação de despedida a pairar sobre as cabeças] se reunissem à sua volta os filhos e netos (e alguns bisnetos) e se não evoco minha mãe é porque ela é apenas memória há mais de trinta anos.
Talvez eu estivesse presente, quem sabe. Talvez os quatro filhos estivessem juntos, vá lá saber-se. Mandar-se-iam às malvas, seguramente, os temores do colesterol e da tensão alta e brindar-se-ia por um ano mais na esperança ilusória de que a sequência jamais será interrompida!
Talvez eu redigisse meia dúzia de palavras em rima para a neta declamar após o apagar de velas e o entoar de parabéns, e quase de certeza que as publicaria em homenagem pública no jornal da terra. Na Sexta-feira meu pai colocaria, pleno de prazer, a tradicional bolinha à volta da minha assinatura. Seguramente.
Talvez, quem sabe... tanto talvez e pouca certeza, aliás a minha única certeza é que tudo o que escrevi se passa nas ondas da minha imaginação porque a realidade é outra bem diferente que me deixa assim meio zonzo de palavras.

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É, Zé Neves, isto hoje está mal de palavras. Eu bem puxo por elas, mas está difícil. Espremo a laranja, às vezes limão, mas nada de suco. Confesso, e você tem de aceitar, que com a mãe torna-se mais fácil. Sinto-me mais solto com ela e a liberdade que tomei em tratá-la por tu é prova inequívoca. Para mais, se com a mãe a escrita começar a falhar tenho trunfo forte entre imaginações: puxo por uma rosa que vale mais que um milhão de palavras. E se for uma rosa vermelha, igual àquelas que você cuidava no quintal de casa e que nem sei se ainda existem, então valerá dezenas de milhão. A si, o que lhe vou oferecer neste dia de aniversário? Se eu tivesse nascido Maria talvez lhe desse então uma flor ou enviasse um beijo, mas sendo que não e assim num repente de momento acho que vou embelezar este texto a si dedicado com algo que também lhe pertence e que todos os dias me diz ao espelho que não é doença e sim certidão de nascimento.


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publicado às 07:26


3 comentários

De Neves, AJ a 28.02.2008 às 12:40

Os meus agradecimentos caros amigos.
Ao João, amigo desde os meus tempos de calções, obrigado pelas palavras dedicadas ao Zé Neves, meu pai...
À Eulália, a "amiga maya" descoberta nas ondas da net, um obrigado também e essencialmente pelo carinho que deposita nas palavras. Ia escrever que lamentava a comoção que lhe causei, mas sinceramente acho que nos faz bem recordar, né?
Aquele abraço e um efe-erre-á às amizades.
Neves, AJ

De Joao Jesus a 25.02.2008 às 21:36

Meu caro Neves:O Neves Pai merece e de q maneira, as palavras sentidas e inspiradas q lhe dedicas em dia q completaria 91 anos.Como o tempo passa tão célere! Fez o favor de ser meu amigo tal como os seus "rebentos" especialmente aí o "Caçula"...
Parece q estou a vê-lo no seu trajecto quotidiano,entre a residência e o estabelecimento,quase sempre acompanhado do tb. amigo, vizinho e inseparável Leonel.Partiu mas deixou um espólio de q te podes orgulhar: Uma descendência por todos reconhecida como GENTE DE BEM...

De eulalia a 25.02.2008 às 10:17

Oh meu caro amigo, que linda, original e envolvente homenagem!
Também já perdi o meu pai e lembro-me de todos os momentos lindos e de grande cumplicidade, que tivemos juntos, como se fosse ontem. Faria, também, 91 anos a 16 de Junho do corrente ano.
Não consigo escrever mais nada...as lágrimas teimam em cair.
Abraço-o, meu amigo,de uma forma muito especial, neste dia de Saudade

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