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Ora vejam lá caros amigos o que nós viemos encontrar por aqui pelas ondas da web: a velha cadeira de barbeiro onde tantas vezes nos sentámos para que nos aparassem os pêlos da barba, se andássemos em fase barbuda como agora, ou para escanhoar a cara dos pêlos crescidos há dois ou três dias quando a fase era de cara limpa ou lavada, digamos aparentemente imberbe.
À primeira olhada ainda hesitámos, mas após observação mais atenta vimos que na verdade estávamos em presença do velho trono de Salomão depois ocupado pelo cunhado Celestino cuja simpatia pelo CF Os Belenenses, o clube da Cruz de Cristo, está bem visível nesta ampliação entre as meninas dos calendários pendurados na parede.
O Trono [um clique na foto para melhor apreciação] - o velho Trono de Salomão, onde afinal Salomão não se sentava e na verdade era cepo onde ele fazia justiça por suas próprias mãos a cabelos em desalinho e a pêlos de barba que despontavam, faz-nos recuar graciosamente no calendário. Naquele tempo em que o castiço Salomão ainda reinava entre nós, a barbearia do Salomão era uma verdadeira tertúlia onde amigos se encontravam não necessariamente para desfrutar dos seus serviços. A loja era maior, tinha duas cadeiras e havia passarada em gaiolas que transmitia ao ambiente aquele tom musical harmonioso e nada incomodativo. Os calendários com fotos de mulheres peladas não faltavam e comentários jocosos também não. Fosse para dar uma vista de olhos no jornal, fosse para assistir ou disputar uma partida de Damas ou de moedinha ou ainda para saber as últimas do futebol e uma ou outra anedota, a passagem pelo Salomão quase que se tornava um ritual.
Não interessa agora se a foto nos caiu nas mãos por obra do acaso, porque em pequena crónica carregada de sentimento aproveitamos para fazer (justa) homenagem a mais uma de tantas figuras da nossa ditosa Santa Comba Dão que o merecem, desta vez precisamente àquele que tantas vezes nos colocou as mãos na cara sem intuito de nos magoar apesar de sempre ter tido as nossas jugulares e carótidas ali mesmo à frente do fio da navalha.
Está claro que o remate da crónica tinha de ser em tons de brincadeira, afinal, "à Salomão".
A foto - a foto foi encontrada no flickr.com no álbum de um tal Miguel Valle de Figueiredo... os nossos agradecimentos e as respectivas desculpas por a termos surrupiado.