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Os Grandes Portugueses

por neves, aj, em 05.02.07

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Eu não voto...
Não julguem que é por casmurrice ou como forma de protesto por o meu preferido (tê-lo-ei?) não constar nos 10 Mais, os finalistas, ou  por o Cabral, o Pedro Álvares que aportou a estas terras, não ter passado pelo crivo logo à primeira ficando-se numa modesta 49ª posição que atévirou notícia cá por estes lados ou então por eu não concordar com este tipo de concurso que deve estar a gerar discussões acirradas entre as gentes, mas que terá, no entanto, a virtude de mostrar aos portugueses a sua História tal como ela é e não aquela que antigamente nos enfiavam olhos ou ouvidos adentro.

Sim, verdade...

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Quantos portugueses da minha idade ou mais velhos tinham ouvido falar de Aristides de Sousa Mendes, o Homem que salvou milhares de vidas ao desafiar uma ordem superior drasticamente desumana só possível em sociedade ditatorial? Claro que nunca tinham ouvido falar porque foi banido, ficou desterrado na própria Pátria e impedido até de tentar ganhar uns cobres para alimentar a sua vasta prole. E é logo aqui que me surge a primeira dúvida quanto à  "grandeza" que se está a medir, ao "meter no mesmo saco" um dos lusitanos mais respeitados no mundo, mas proscrito intramuros por colocar a vida humana acima de todas as coisas e o homem que, apesar de ter uma concordata com a Igreja, o condenou por salvar essas vidas... tudo feito em prol dessa neutro-agradabilidade perante o sanguinário Hitler.

Eu não voto, mas queria votar...

É... e se não o faço é porque a menina da Telefônica, uma operadora de comunicações cá do burgo, informou-me do outro lado da linha que tal número de telefone não existia. Em vias de tal temos então que considerar que a escolha do Grande Português é um jogo que parte viciado logo à partida visto que nem todos os portugueses têm os mesmos direitos, não é verdade?

No entanto fiz a minha escolha...
Peguei nos 10 Mais

D. Afonso Henriques Álvaro Cunhal Oliveira Salazar Marquês de Pombal Fernando Pessoa
A.Sousa Mendes Vasco da Gama Luís de Camões Infante D. Henrique D. João II

e, claro, comecei por fazer a primeira triagem cortando 5 de uma assentada. Com uma certa mágoa eliminei os homens dos Descobrimentos que catapultaram Portugal para o mundo, mas remediei o caso classificando o poeta que canta os feitos... quanto a Cunhal e ao Marquês, acho que são notáveis, mas não tão grandes, penso eu de que...
Quanto às razões das escolhas... bem, D. Afonso Henriques afinal é o primeiro Rei de Portugal. Pessoa e Camões não necessitam de apresentação e são  marcos da nossa cultura conhecidos mundialmente (por aqui, pelo Brasil, são bastante citados e trechos das suas obras são comumente textos de análise nos exames académicos). Sobre o "Cônsul Injustiçado" já expusemos as razões e quanto a Salazar, afinal, é nosso conterrâneo.

Dos cinco...

D. Afonso Henriques Fernando Pessoa Luís de Camões Aristides de
Sousa Mendes
Oliveira Salazar

cortei 3, agora!
Não querendo levar para a final os dois monstros da Cultura tive que optar entre Camões e Pessoa... escolhi Camões. Dos três nomes que me restavam, o que me tocou mais ao patriotismo foi, sem dúvida, D. Afonso Henriques... por experiência própria lembro que todo o lusitano que se preze fica diferente ao entrar no Castelo de Guimarães.
Fiquei assim com dois nomes...

D. Afonso Henriques Luís de Camões

dois guerreiros, dois valentes, sendo que o primeiro seria analfabeto e o segundo, autor da  grandiosa epopeia d' Os Lusíadas, é considerado, nada mais nada menos, o maior dos poetas portugueses e o expoente MAIS da Língua Portuguesa que até a leva a confundir-se com o próprio nome do poeta. Tudo parecia resolvido quanto à escolha, mas eis que surge esta dúvida... porque é que eu sou português?

D. Afonso Henriques
 

Então não hesitei... escolhi D. Afonso Henriques. Por momentos, vesti a armadura e viajei na Photobucket - Video and Image Hostingimaginação só para ver o jovem rebelde, pleno de pujança, a lutar por uma vida livre, emancipada e independente, para si e para todos os então habitantes do Condado Portucalense. Conseguiu. Ao fundar a Pátria Portugal (provavelmente em 1139, mas só reconhecidamente em 1143) D. Afonso Henriques permitiu de imediato que os nossos antepassados deixassem de ser leoneses, súbditos do Reino de Leão, e  passassem a ser chamados, com muita propriedade, de PORTUGUESES, o nome que hoje, orgulhosamente, envergamos. No final de contas, D. Afonso Henriques pode não ser considerado o maior, o MAIS, dos portugueses, mas vos garanto uma coisa... ninguém lhe pode tirar o título de PRIMEIRO PORTUGUÊS.

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publicado às 20:36

Reflexões

por neves, aj, em 05.02.07

SABERES
Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes! (Paulo Freire)

MILAGRES
Acontecimento do ano (2006) em Portugal! (Mário Crespo)

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publicado às 09:33



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