
Uefa no Voz Verdade se diga, no entanto, que empregamos o termo (adeus) com uma certa malícia, uma ironia própria de quem, farto de "estar por baixo", teve a ajudinha dos deuses dos futebóis mandando ribanceira abaixo o Barcelona e o Real Madrid, especialmente o primeiro... é para eles o nosso adeus na verdadeira acepção da palavra e não nos interessa se é definitivo, se voltam para o ano ou não. Fique claro, contudo, que este "prazer" em ver eliminadas aquelas duas formações não se prende, de jeito nenhum, com o facto de elas serem espanholas... longe já vão os tempos de Aljubarrota e a questão de Olivença não nos leva a tanto.
A questão tem a ver, isso sim, com o facto de estarmos fartos, saturados, de só ouvir falar em Barça e Real (há uma outra equipa italiana, mas ainda lá anda). A euforia é de tal ordem que até parece que os jornalistas são espanhóis ou que aquelas equipas são brasileiras. Que nos desculpe a respeitável nação de nuestros hermanos, mas nós como devemos ser do contra tratámos logo de carimbá-las como equipas a abater. Dir-me-ão que esse apoio incondicional dos jornalistas nada terá a ver com a máquina de propaganda da Nike e da Siemens antes sim como uma afirmação do patriotismo... que até é ou será compreensível dado que no Real jogam Robinho, Roberto Carlos e mais um outro brasileiro e que no Barça temos uma autêntica armada de brasileiros comandada por Ronaldinho Gaúcho. Mesmo assim, não dá para entender como é que um comentador, que se deseja e se impõe minimamente isento, tome o partido, torça de uma maneira tão descarada (de modo ufano se o termo aqui se pode empregar) com uma tendência tão exagerada (que chega a ridicularizar o adversário) como para o Barcelona nos desafios da época passada frente ao Benfica, quando é sobejamente sabido que também os encarnados possuem ou possuíam uma verdadeira armada de jogadores brasileiros.

Uefa no Voz Pelas nossas palavras terá o leitor o direito de ajuizar de que estamos a puxar a brasa para a nossa equipa, mas atente-se que ela já foi eliminada. Não o escondemos que a primeira eleita (embora de modo utópico) foi o Benfica, depois passou a ser o FC Porto, agora qualquer uma nos serve apesar de que possamos vir a ser acusados de desejarmos Chelsea ou Manchester dada a presença lusa nessas formações inglesas. Nada disso, repetimos que tantos nos faz (no Valência também há portugueses) apesar de que Manchester é Manchester e a simpatia não se prende especificamente com Cristiano Ronaldo, talvez mais com a áurea, com Charlton, Best e Cantona... mas vos garantimos que não vamos fazer aqui apologia dessa vitória.
Adios Barça e Real, que a seguir vá o Milan e que vença, sem ajudinhas, o melhor.