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Em complemento à entrada do Euro Sub 19 que escrevi ainda hoje e porque recordar é viver, recordo então um amigo que conheci há vinte anos, de quem perdi o contacto mas que reencontrei agora como Seleccionador Nacional dos Sub 19.
ENTREVISTADE EDGAR BORGES AO UEFA.COM A amizade nasceu, cresceu e cimentou-se. Lamentavelmente um ano lectivo passa depressa e a partir das reuniões finais ou das matrículas, o lavar dos cestos, só nos encontrámos mais duas ou três vezes lá pela Régua, a capital do vinho generoso e cidade onde o Edgar residia na altura. Somos quatro os retratados em foto [por ora vou desconsiderar o "penetra" do barbas, Maciel, atrás de mim e a ocasional [mas sempre agradável] presença da Minocas, Ana Maria da Bendada,
perto da Guarda, no lado direito] que tem como pano de fundo o número 32 da Rua da Escola de Tabuaço... eu, sem barba sem barriga e pleno de cabelo, estou armado em poste tipo fiel de balança dividindo o abraço da amizade pelos ombros do Mário e do Edgar, um Mário de cabelo louro e mais magro e um Edgar também mais elegante e de cabelo e bigode bem mais negros... à frente está o Zé, o Puto, o mais novo, de mão dada, claro, com cada um daqueles amigos. Um EFE-ERRE-A à amizade!Provavelmente o primeiro contacto que tive com o Prof. Edgar Borges nem teria sido na Escola já que ele leccionava Educação Física às turmas dos mais velhos e andava sempre lá pelo improvisado e reduzido pavilhão desportivo enquanto eu me entretinha nas condicionadas salas de aula com as turmas do 5° e 6° anos tentando demonstrar aos miúdos que a ciência dos números não é bicho papão algum e, também,fazer-lhes acreditar através de factos simples, mas objectivos, e de esquemas no quadro preto de lousa (já que outros materiais de apoio estavam ausentes) que o organismo humano é a mais bela e perfeita das máquinas e que os segredos que ela guarda podem ser desvendados se compreendermos a sua constituição e funcionalidade logo a partir das suas estruturas básicas.
Perante Escola que se socorria do improviso e do sacerdócio de nós todos, funcionários,professores e alunos, e onde nem as instalações de que dispúnhamos para convívio seriam as mais propícias (tempos de um Portugal profundo ainda em formação) tornou-se natural que as conversas com o Edgar não tivessem como palco a Escola, como afirmei, e sim a hora de almoço na acolhedora tasca do Arranca [Restaurante Cruzeiro]. Formávamos um grupo de tacho aí de uns 6 ou 7, às vezes uma dezena, e a amizade entre alguns surgiu... inevitavelmente. Dessas amizades registo a que ainda me une ao Dragão da História, o amigo Mário, (havia um outro Mário, mas de histórias em tons verdes e brancos), cuja amizade é tão forte que consegue driblar a imensidão do Atlântico através da troca de mensagens quer via e-mail quer através dos nossos sítios [Toca do Lobo] aqui nas redes da internet. Já com o Edgar a amizade que granjeámos deixou de ser regada devido à separação física e à perda de contacto e é natural que ela se tenha diluído com o avanço do calendário, mas afirmo com certeza e clareza que não seria necessário fazer soar trombetas para reunir já que um simples assobio nos remeteria de imediato àqueles tempos de fraterna cavaqueira em que, inevitavelmente, o futebol também tinha lugar.
Aliás teria sido mesmo o futebol o elo empático que me uniu de imediato ao Edgar, mas não se pense, de jeito nenhum, que foram as simpatias clubísticas: eu defendia (e defendo, ora) a Briosa com laivos encarnados se necessário e ele era, é, dragão dos sete costados tanto mais que tinha vestido as cores azuis e brancas quando atleta. Na verdade tudo começou quando veio a lume um desafio de futebol, mais precisamente o encontro final do Campeonato Nacional de Juniores lá pelos anos 70 (71... 72) do século passado e ao qual eu assistira no Estádio Municipal de Leiria.... teria 16 anitos. Lembro que nessa Final, o Benfica de Shéu Han levou de vencida por um implacável 4-1 um FC Porto que teria primado pela falha na estrutura defensiva onde, curiosamente, actuava como defesa central o amigo Edgar Borges. Com naturalidade e entusiasmo recordámos alguns momentos marcantes... eu testando a minha memória de jovem assistente e ele revivendo um sempre apetecível duelo entre águias e dragões em que Norton de Matos, autêntico furacão, lhe teria dado água pela barba.
C'est la vie, como dirão os franceses.
No entanto, e tal como aconteceu com o amigo Mário, quis o destino que, apadrinhado pelo Euro Sub 19, os deuses da internet me servissem a possibilidade de viajar aos velhos tempos que aqui estou a recordar com muito regozijo acompanhado de imagem, retirada do álbum (des)ordenado em caixa que já foi de sapatos, e que é prova provada de união e amizade entre pares:
um clique para ampliar
E assim, independentemente do resultado desportivo que aí vier (a fé num bom desfecho continua), vos garanto que des tavez não vou cantar giroflé, giroflá que foste lá fazer que entoei às
desilusões da Holanda e aos manos indisciplinados do Canadá... é que a amizade fala mais alto que tudo o mais.
( as desculpas à rapaziada e em especial ao Prof. EdgarBorges, amigo e companheiro nas lides escolares, pelo atraso na publicação desta entrada)
A Selecção Nacional Portuguesa de Futebol encontra-se na Áustria a disputar o Europeu da categoria Sub 19. Integrada no Grupo A juntamente com a Espanha, a Grécia e o país anfitrião, a Equipa das Quinas não foi feliz na primeira jornada tendo perdido por 1-0 para os gregos. Hoje (17 horas de Portugal Continental, menos 4 em S. Paulo)Portugal defronta a Espanha (que venceu a Áustria por 2-0) e não pode perder,diremos até que para se manter em prova sem depender de terceiros terá que levar de vencida nuestros hermanos. Como é habitual, passarão às meias-finais os dois primeiros classificados do grupo que se juntarão aos outros dois primeiros do Grupo B onde Alemanha e França, vitoriosos na primeira jornada, têm a companhia de Rússia e Sérvia.
Com a desilusão bem recente dos Sub 21 e dos Sub 20 ainda a pesar-nos sobre os ombros estamos bastante apreensivos quanto ao apuramento, mas é nossa obrigação patriótica acreditar que a façanha é possível. O nosso desejo de seguir em frente aumenta ao lembramo-nos que à frente dos jovens portugueses se encontra um homem, recto e vertical, que tivemos o privilégio de conhecer e com ele conviver durante um ano lectivo na então Escola C S de Tabuaço, às margens do Douro, vão lá exactamente 20 anos. De seu nome Edgar Borges é o seleccionador nacional da categoria e em breve lhe dedicaremos duas palavrinhas...até lá que a vitória sorria ao seleccionado luso.
Por questões de ordem técnica não nos foi possível colocar no ar esta entrada a tempo e horas...nesta altura já são conhecidos os resultados da segunda jornada:
Espanha | 1-1 | Portugal | Áustria | 1-1 | Grécia |
Com estes desfechos só um quase milagre permitirá que Portugal siga em frente. Atendendo que o primeiro critério de desempate é o resultado entre as equipas em causa e como Portugal perdeu com a Grécia (que já tem 4 pontos) só nos interessa que o desempate seja com a Espanha... assim para além de ter que vencer a Áustria no último desafio (fazer 4 pontos com golos... golos...), Portugal terá que rezar para que a Grécia vença a Espanha e esta ficar então só pelos 4 pontos que possui. Em igualdade pontual com a Espanha, entrará em acção o segundo critério de desempate e a selecção lusa terá então de construir diferença de golos superior. (actualmente Portugal está com -1 e Espanha 2). Curiosamente os austríacos farão raciocínio idêntico, mas em relação à Grécia. Um pouco confuso, mas bem difícil, não? Bom... enquanto a ciência dos números o permitir, sonhemos... ah, um empate entre gregos e espanhóis, bem combinadinho ou não, deitará por terra todas as nossas continhas (e dos austríacos) e passarão os dois às meias.