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... de S. Paulomelhor dizendo já que imensidão tão vasta é impossível de conhecer em 5anos e por outro lado não viemos propriamente para participar na Volta ao Brasil.
Viemos. Viemose pronto.
Passados cincoanos cá estamos nesta metrópole de tamanha vastidão e bulício, vivendo umdia de cada vez sem pressa nem pressões, talvez mais um paradoxo que nosenvolve. Pela escrita se pode ir vendo que não estamos descontentes e se nãogritamos contentamento é porque seria mui ofensivo para com a mãe-terra paraquem, registe-se, aprendemos a olhar de outro modo, sentindo por ela, comcarinho e dedicação livres de bairrismos bacocos, algo quetalvez nunca tivéssemos sentido e a desejar intensamente que ela progridaindependentemente de quem a governe. Aquele abraço!
Como vos contein' A Viagem aaventura iniciou-se na madrugada do dia 19 de Agosto de2002 pouco tempo depois de as trombetas dos Anjos terem cessado a sua actuaçãonas Festas da Cidade de Santa Comba e faltaria pouco para o meio-dia quando oavião começou a rolar pela pista, suave e lentamente. Ao som de LisboaMeninae Moça o Airbus acelerou, ergueu o focinho e mergulhou nas nuvens para umalonga travessia atlântica de 10 horas ou quase. Seriam cinco e meia da tarde,afinal já noite, do Horário de Brasília quandoas rodas do trem de aterragem ou de pouso tocaram a pista de Cumbica, oAeroporto Internacional de S. Paulo situado no município vizinho de Guarulhos.
Ao contráriodo que possam pensar os de argumento fácil, de discussão de mesa de café,esse sentimento não é nostálgico (profunda saudade) nem sequer saudade jáque tais formas de sentimento implicariam dor e tristeza, talvez atémelancolia... e, por enquanto, tais formas andam arredias da nossa mente.
Nãodará para notar?
É certo que por vezes sentimos falta de algo como deuma sardinha em molho de escabeche ou de uma hora retemperante no Miradouro doOuteirinho, talvez também a falta do movimento citadino no Balcão ou umsimples papo com um amigo, mas nada que a arte e o engenho não consigamdriblar. É também certo e sabido que é muito mais difícil de driblar essa faltade algo se este algo se refere às pessoas que amamos, mas sãocontingências da vida que temos de aprender a superar e que podem ser bemamenizadas através do telefone e da internet, esta maravilhosa rede das redesque ainda há poucas horas nos permitiu falar directamente e intensamentecom o formoso fruto brotado da semente plantada há uma vintena de anos.
Em final decomemoração (sim, cá em casa assinalámos o dia) confessamos, no entanto, quegostaríamos de neste preciso momento voar, voar num repente, comer a sardinha etodos os algos, respirar a paisagem avistada do Outeirinho, apertar osossos a meia-dúzia de amigos, dar uma beijoca bem especial à menina-mulher evir, voltar... por aqui temos também quem nos ama.
(juramos quesó queríamos ensinar a trocar umpneu, mas a crónica mudouinesperadamente de rumo)
Perseguidoraimplacável da motorista portuguesa, a tese de que mulher ao volante é perigoconstante tem igualmente por aqui acérrimos defensores, o que nos congratulasubstancialmente já que vem provar de maneira inequívoca que no mundo daguerra dos sexos o machismo não é privilégio dos homens portugueses. Lamentavelmente a mulher que conduz ou dirigetornou-se insensível também, como os machos. Pelo menos nas grandes cidades,parece-nos a nós... nesta em que residimos de certeza absoluta e com clareza econhecimento o afirmamos. Desengane-se todo e qualquer peão/pedestre que esperaamabilidade (afinal dever) de um/uma automobilista para atravessar rua ouestrada movimentada mesmo que esteja pisando em passadeira de peões/faixa depedestres só que livre de sinais vermelhos. Como não há semáforo (por aquitambém farol) avança-se, claro, que já é hora de estar em casa, no encontro,no trabalho, na escola do filho. Mesmo que o candidato à travessia seja casalem que um deles erga uma fina bengala, o resultado é o mesmo: ninguém páranem abranda sequer, homens e mulheres insensíveis transtornados pela azáfama epelo poder de possuir entre mãos uma máquina poderosa carregada de cavalos (talveztambém de burros) afinal uma arma, arma tão mortífera como as demais só que aqui o gatilho é naforma de pedais. Em verdade vosdizemos caros amigos e amigas que o tema a explorar não era este. Vejam lá que onosso desejo primeiro até era dar uma forcinha à mulher/motorista, dar-lhe meios deinformação para não estar dependente do macho em situação de avaria aolongo da estrada e ao mesmo tempo fornecer-lhe um sítio intitulado Penélope,charme ao volante (ligação no banner) que achámos interessante e queaté pode dar uma ajudinha, a homens e mulheres, para um melhor desempenho naestrada. A escritalevou-nos para outros caminhos, mas cremos que não maus de todo. De qualquer formadesculpem lá qualquer coisinha, sim meninas? Post scriptum -a propósito, sabíeis que Penélopeé sinónimo de fidelidade?
HajaDeus.
De início,quando começou a conquistar o seu espaço na estrada, a mulher (sabedorade tal ditote vexatório) tratou então de aprimorar-se e de fazer da sua formade conduzir (por aqui diremos dirigir) uma ode à perfeição. Contudo, com oandar dos tempos e após a conquista desse espaço transformou-se numa igualentre condutores e pode-se considerar que agora está no mesmo nível... igualnível também de asneiras, note-se, e tão perigosa e descuidada quanto osmachos já que os excessos de velocidade, as ultrapassagens imprevidentes e asconversas no telefone móvel durante a condução de um automóvel deixaram deser privilégio de um único sexo.
Bom,deixemo-nos de exageros... sabemos perfeitamente que há sempre aquela almacaridosa que abranda oupára e está-se mesmo a ver que sem elas, sem esses homens e mulheresprevidentes e sensatos, esta crónica não seria possível.
E o desabafolá se foi...