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Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei também quanto é preciso, pá
Navegar, navegarAosantigos navegadores amedrontados dizia-lhes Pompeu, general romano: navegar épreciso; viver não é preciso (navigare necesse, vivere non est necesse)máxima que Pessoaexplorou em poema próprio modelado à sua maneira de pensar e à sua forma devida: viver não é necessário; o que é necessário é criar.
Nós por cá,numa espécie de rapsódia bem mais simples, diríamos que viver é preciso, jáque necessário é criar... para navegar, navegar quão cada vez maisnecessário e preciso.
Dissertaçõesà parte, naveguemos, e se não nas barcas de Pompeu nem nas caravelasquinhentistas que seja na crista das exóticas ondas do século XXI, porque navegar é necessário e preciso, pá, sempre em busca da semente comcheirinhoa alecrim.
Sempre meincomodou o facto de as pessoas atribuírem aperfeição sempre e apenas a "um deus" ficando o errado ou o imperfeito justificado pelo "pecado"ou até pelo "diabo". Podendo parecerque este último parágrafo foi escrito por inspiração medieval, a verdade éque nos baseámos em comentários bem actuais e saídos da boca de pessoas combastante responsabilidade principalmente por estarem ligadas a religiãofortemente enraizada na sociedade. É verdade que essa religião já não tem opeso que tinha, como na Idade Média, mas afirmar peremptoriamente, por exemplo,que o aborto ou a pílula do diaseguinte irá provocar problemas em hipotética futura gestação é já umdefesa inequívoca e antecipada de que a "obra de deus" é sempreperfeita, é como que um "lavar de mãos" e, pior, é um lançar deculpas e até a negação da própria ciência. Como defensores da democracia e do pluralismo de opiniões, admitimos e compreendemos a fé,as ideias, mas apelamos que cada um se debruce aturadamente nesseconceito de PERFEIÇÃO. Solidariamenteum benzo(a)deus para cada um de vós.
É...
Quando aorgulhosa mamãe acabada de parir um ser são e escorreito sai pela primeira vezcom a criazinha, logo as vozes sábias do Povo se erguem e saúdam orecém-chegado a este mundo de tanta incógnita: "ai que menina tão linda,benzadeus minha querida".
Se, nosentretantos, a Natureza resolver pregar uma "partidinha" (por vezesperfeitamente entendida pela ciência, mas de causas nem sempre claras oujustificáveis) deimediato é descartada a presença dum "deus" e atribuída ao homementendido aqui como pecador, a Adão e Eva, ou aos próprios pais (que antesnão se teriam portado lá muito bem) a infelicidade de terem sido contempladoscom o que essa vox populi tem a mania de chamar de "coitadinho" ou "fruto dopecado".
E para dar asas à nossa crónica socorremo-nos de umtexto em que um pai nãoesconde a sua crença ao defender de que realmente somos "filhos de umdeus", mas que começa por perguntar:Onde está a perfeição no meu filho Pedro, se tudo o que DEUS faz é feito com perfeição?Meu filho não pode entender as coisas... não se pode lembrar de factos e números...então, onde está a perfeição de Deus?
Parecendo àprimeira vista tratar-se de texto acirradamente crítico à "acção deDeus", esta passa completamente para segundo plano e a históriasublime contada por aquele pai de criança especial alerta-nos, isso sim, paraa necessidade de olharmos o mundo de forma diferente, de banirmos adiscriminação e de passarmos a ser mais solidários... aí, sim, talvez cadaum então alcance a tão apregoada PERFEIÇÃO DE DEUS...