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Neblina como isco porque assim talvez os técnicos da EDP apareçam numa manhã qualquer e coloquem luz nos candeeiros da minha rua podendo aproveitar para comunicar às chefias o baixo estado em que se encontra a albufeira.
Dada a neblina deve ser manhã e quase que aposto que deve ter sido um daqueles dias em que o Sol tardou a aparecer ou na volta até nem pôs os pés na minha santa terrinha. Já não me lembro lá muito bem dos tempos de adolescência, mas há quem diga que a neblina se tornou mais constante e mais intensa com a construção da Barragem por aumento astronómico da bacia hidrográfica na região. Acredito que sim, que realmente a neblina seja provocada pelas águas da imensa albufeira da Aguieira, mas que curiosamente vemos aqui em nível tão baixo que até me faz lembrar o Dão de outros tempos quando serpenteava livremente entre paredes carregadas de verde. Eram os tempos dos mergulhos na Lajoeira e no Vento (poço) à procura doraminho, das merendas ao final da tarde e dos penedos vestidos de roupa lavada a secar. De fazer inveja aos mais novos, diga-se de passagem mas também para lhes lembrar que o progresso por vezes rouba muita coisa boa. De levar em conta. Bom, não era bem este o propósito da entrada, de falar de coisas menos boas, mas acho que ainda estou a tempo de a salvar se vos pedir um pouco de atenção para a foto que publico e que retrata a imagem de um observador colocado num dos mais belos locais da minha cidade, o Outeirinho que me viu crescer e que tem o condão de deliciar o visitante com panorâmica que não cansa e que é recheada de pormenores ímpares. Inevitavelmente a foto deve sofrer um clique para ser apreciada de forma ampliada que desta vez não está hospedada nos nossos habituais sítios e sim em página de uma nossa amiga conterrânea que rumou há uns anos para as bandas da capital do país. Refira-se que aquela dita página se encontra alojada em espaço, o Hi5, onde o Voz também tem o seucantinho. É um local de confraternização onde pessoas de todo o mundo se podem dar ao conhecimento e muito útil principalmente para as gentes que andam desencontradas de muitas outras suas conhecidas por via do destino ou do oceano, como é o meu caso. Não imune aos aproveitamentos perniciosos de alguns oportunistas creio que com a tomada de alguns cuidados básicos como evitar a exposição pormenorizada de dados pessoais e fotos comprometedoras (principalmente pelos mais novos) é espaço a não temer e atrevo-me até a convidar em desafio a malta que me possa estar a ler. A exposição já vai longa. Em voz alta digo que me senti bem em viajar até esse lado nesta manhã que está a nascer ventosa e dou-me por feliz por ter tido o privilégio de recordar o Dão e saciar-me com o meu Outeirinho, mas num repente o meu espírito ficou triste e desolado não conseguindo entender como é possível a minha rua estar sem iluminação exterior há dois meses. Assim o li no Defesa (ele que continua a driblar tudo e todos e cá vai chegando) e fiquei abismado. Deduzindo que foi feita a respectiva participação à empresa fico receoso se a Electricidade de Portugal estará a ficar arruinada ou então apenas interessada nos investimentos que tem por aqui no Brasil... de qualquer modo penso que uma insistência diária persistente e massacradora já devia ter resolvido o problema. Palavra de chato.
Segundo li é de estranhar que em ano que nem foi de seca as águas se apresentem tão abaixo do seu normal e segundo me contaram existem pontos do rio, como na Póvoa João Dias, em que a travessia pedra ante pedra se está a tornar possível [obervem aqui algumas fotos, belas, releve-se]. E se este espectáculo inesperado e belo é digno de ser apreciado (que de certeza será tema de conversas que porão à prova as memórias guardadas nas gavetas da nostalgia) ele acarreta preocupação já que leva o Instituto da Água a tomar atitudes preventivas na produção de energia eléctrica pela Barragem da Aguieira assim como no abastecimento de água às populações, nomeadamente dos concelhos de Mortágua e Santa Comba Dão. Como é lógico, não se fizeram esperar protesto e acusações que apesar de não comentarmos (a distância é sempre óbice) é para lá que vos encaminhamos.