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Saudade?

por neves, aj, em 31.01.08

Saudade, não.
Legado, sim.
E podem chamar-me de contraditório porque o mundo constrói-se com contradições...

CLICAR Direi antecipadamente em intróito que ao meter as mãos à obraSANTA COMBA DÃO - FOTOS ANTIGASjá sabia que me arriscaria a ser chamado de saudoso (e não saudosista, note-se, que é vocábulo que me causa arrepios). Já o tinha ponderado, qual jogador de xadrez, durante o largo período de amadurecimento da ideia ou projecto que começou a ser delineado logo após o recebimento de toda a colecção de fotos precisamente no primeiro dia do ano. Note-se bem que por mais de uma vez já disse aqui nas páginas do Voz do Seven que não sei o que são saudades e se saudade é aquilo que dizem que nos faz sentir nostálgicos, melancólicos, chorões e desejosos de regressar a local ou situação anterior, então digo que não sinto saudade, apesar de ter de concordar que pode parecer um verdadeiro paradoxo dadas as inúmeras vezes que falo de Santa Comba, tantas delas amorosa e carinhosamente adjectivada de ditosa e mesmo de mãe (o Google encontra 891 vezes a expressão "Santa Comba" no primeiro Voz, a Casa-Mãe, e 301 vezes no Voz 2, tendo-me abstido de pesquisar expressões similares).
É certo que poderão chamar-me de "inteligente" ou de "artista" (até mesmo de "doente") que sabe driblar os desejos ou sentimentos e colocar na boca ou no "papel" exactamente o contrário do que sente ou pensa. Tenho que concordar que sim senhor e nem me seria difícil fazê-lo, convenhamos, mas também não é mentira que por hábito ou por algo inato que navega dentro de cada um de nós existe a tendência de "acusar" de saudoso o ausente se este fala amiúde do seu torrão natal e/ou dos seus entes queridos. É realmente um pau de dois bicos esta coisa de estar fora: se se disser que se sente saudades pode transparecer (pelo menos por aqui) que não estamos bem e que queremos ir embora, deitar fora o tempo por aqui vivido e regressar à base, em suma fugir, e se não falarmos na terrinha ou admitir que não sentimos saudades então arriscamo-nos (do lado de lá) a ser crucificados e apelidados de filho ingrato.
Olhem caros leitores, eu arrisco e digo que não sinto saudades. Sinto sim um desejo enorme de ir, voar, agora mesmo se possível fosse, conviver com familiares e amigos, comer uma sardinha em molho de escabeche, um caldo repicado, um bom naco de presunto com broa de milho (e azeitonas) e saciar-me com um tinto do Dão. Claro que não me ia esquecer de lançar o desafio ao amigo de todas as horas e ocasiões, que até à distância me desperta a escrita, para corrermos ao "meu Outeirinho" e recordarmos os longos "bate-papos". Inevitavelmente, porque o sangue clama, daria o beijo que os meus lábios ressequidos há quase meia dúzia de anos tanto anseiam e faria tudo o mais que não me lembra agora, mas, tal como antes, no final da festa tinha que regressar a casa e actualmente, caros amigos e amigas, o meu lar habita em S. Paulo. Certamente que compreendeis. Bem a propósito vos digo ainda que o futuro não o sei e nem me interessa saber e que o que acontecer acontecerá, embora não esconda de ninguém o desejo de um dia voltar a colher o perfume das rosas no Jardim. Não só eu, diga-se de passagem.
Arriscando-me mesmo assim a ser crucificado só espero que não me chamem de ingrato pelo que acabei de dizer porque algo que passa sempre pela minha vontade (que me corre nas veias como soi dizer-se) é uma necessidade inexplicável em divulgar a toda a gente e em toda a parte a minha ditosa Santa Comba, tarefa um pouco egoísta confesso já que essa mostra me permite beber seiva fertilizante para que a memória não se esvazie. É por tudo isto e por tudo o que fica omisso que escrevo sobre ela, algumas vezes para ela, tentando sempre fazer uma escrita sem presunção liberta de regionalismos ou bairrismos bacocos, antes carregada de amor e estima.
Digamos ainda que esta declaração ou prova de amor, a minha escrita, é também como um legado. Sim, legado. Repito-o livre de vaidade, antes com orgulho e devoção. É verdade que não é nenhuma monografia ou livro de capa dourada, mas lá diz o Povo que quem dá o que tem a mais não é obrigado. E eu tenho dado o que posso. Não sei se um dia poderei dar mais. Talvez sim, talvez não. É certo que muitos poderão dizer que é insignificante e outros muitos até arriscarão que eu deveria estar quieto, mas há sempre alguém que nos acalenta e que nos incita lembrando-nos ainda que as vozes dos Velhos do Restelo não chegam a lugar algum, nem sequer saem da praia.  E irei continuar até que a vontade me doa ou a mente me proporcionar, agora na forma de um álbum que para além do propósito de mostrar aos mais jovens as "mudanças" no burgo e permitir um alegre recordar aos mais velhos tem também a finalidade de homenagear os nossos antepassados e a sua luta na edificação da cidade sendo que esta homenagem não é direccionada a A ou a B ou apenas às individualidades ou celebridades e sim a todos eles nossos avós, sem distinção, aos anónimos gente simples também.

Nada mais me move, acreditai. Não são saudades, não. Acreditai novamente porque o meu desejo é essencialmente esse: divulgar Santa Comba Dão. Nem mais nem menos que os outros, apenas divulgá-la, cantando bem alto sem preconceitos machistas de que a amo e que a considero mãe na verdadeira acepção, dizer a todos que aprendi a olhá-la de maneira diferente, a apreciá-la, não me interessando que seja este ou aquele a fazer o melhor por ela desde que o faça e ainda contar, despido de chauvinismo, que Santa Comba é afinal uma terra como as demais com filhos bons e maus, só que tem uma particularidade que a torna diferente das outras todas: é a minha.

Post-scriptum - a imagem retrata medalha da cidade de Santa Comba Dão da autoria do artista santacombadense David Oliveira e vem muito a propósito referir que a Casa de Portugal em São Paulo exibe em vitrina um exemplar que nos foi oferecido pela Câmara Municipal aquando da nossa vinda.




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publicado às 12:01

Teste de observação

por neves, aj, em 29.01.08

(que os súbditos de sua majestade além Mancha e todos os que partilham de suas regras de trânsito se abstenham de responder)

PhotobucketFica desde já o aviso de que este teste é de uma extrema simplicidade, tanto que foi colocado a crianças em idade pré-escolar, aquelas que frequentam os jardins-escola ou creches ou infantários ou lá o que lhe queiram chamar, portanto aí com uns 3, 4 ou 5 anos de idade.
Não ajuize o leitor de que se pretende aqui comparar o seu QI com o das crianças, antes sim alertá-lo para certos pormenores do quotodiano que para um adulto são meras coisitas que passam desapercebidas, mas que na mente de uma criança são importantíssimas.
Foi então dito aos miúdos que a imagem supra representava um veículo de transporte de passageiros em movimento e fez-se a mais natural das perguntas:
PARA QUE LADO ESTÁ A ANDAR O AUTOCARRO/ÔNIBUS?
Para que lado acha o leitor que o veículo está a andar? Para a esquerda ou para a direita? Confuso? Olhe que noventa e tal por cento da pequenada respondeu que era para a ESQUERDA... com prontidão, sem pestanejar nem gaguejar. Perante valores tão similares restava ainda saber das razões que levaram as crianças a responder de forma tão peremptória e fez-se nova pergunta:
PORQUE DIZES QUE O AUTOCARRO/ÔNIBUS ESTÁ A ANDAR PARA A ESQUERDA?

O leitor já descobriu porque é que o veículo está a andar para a esquerda? Não? Olhe que a garotada tinha a resposta na ponta da língua. Tão enervante que até apetece bater com a cabeça na parede, não é verdade? Vejaaqui a resposta e desabafe por aqui nesta esquina...




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publicado às 20:23

Aniversário de São Paulo

por neves, aj, em 28.01.08

454 anos

CLICAR

O aniversário da enorme urbe onde nos encontramos foi na passada Sexta-feira, dia 25. Por imperativos técnicos ou seja por problemas com o programa de redução de fotos não nos foi possível colocar naquela data entrada condizente com os seus 454 anos... sim, porque teria sido a 25 de Janeiro do longínquo ano de 1554 que o Padre Manuel da Nóbrega celebrou a primeira missa seguindo-se a construção de um colégio, edificação que é considerada como a madre da cidade.
Comemorando a efeméride Voz do Seven construiu duas singelas apresentações em slides, PowerPoint, alojadas no nosso esnips. Numa delas, a que demos o título de SÃO PAULO - 454 ANOS, colocámos fotos aéreas que tínhamos em arquivo e na outra, O NASCIMENTO DE UMA METRÓPOLE, algumas fotos antigas com uma ligação a artigo muito interessante redigido por professora a leccionar em escola de Paris. Ambas as apresentações têm fundo musical que esperamos ser agradável ao ouvido.
Lembrando outras comemorações que aqui já fizemos, esta e esta, por exemplo, cumpre-nos o dever de recordar que nesta hora de felicitações nem tudo são rosas e como somos avessos a meter a cabeça na areia fazemos ligação a notícia sobre relatório que foca asdesigualdades da metrópole.

Ah... a foto publicada faz  parte de pequeno álbum do portal UOL, como tal merece um clique, e é bom não esquecer que a Cidade de São Paulo tem o seu cantinho permanente no Voz do Seven que está à distância e velocidade também de um clique sobre miniatura fotográfica da cidade bem visível em qualquer dos dois modelos que vamos construindo.


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publicado às 20:01

Festival Motoboy

por neves, aj, em 28.01.08

CLICARUm dia destes falámos dosmotoboys daqui da cidade de S. Paulo, mais propriamente da sua luta perante medidas municipais anunciadas. [a questão]
Hoje trazemos novamente aqui os "garçons sobre rodas", como também gostam de ser chamados visto que são eles que fazem a entrega de 40 por cento das pizzas consumidas na cidade, mas para dar notoriedade à sua festa, o Festival do Motoboy, que vai na sua terceira edição.
Em busca do reconhecimento político e social a classe aproveitou o encontro para estabelecer laços de união mais fortes, mas não deixou o divertimento de lado. Para além das habituais exposições com stands diversos houve, claro, show e nem houve necessidade de contratações a preços exorbitantes já que os verdadeiros artistas foram eles próprios. As gincanas não puderam faltar, mas houve também música e até concurso de "moto mecânica" em tudo semelhante ao conhecidíssimo "touro mecânico". Como é da praxe houve também parte dedicada à beleza com a eleição domotoboy-galã e damusa da festa, não necessariamente pertencente à classe.

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publicado às 19:54

Prodígio no mapa-múndi

por neves, aj, em 27.01.08

Lilly, where is Madagáscar?
... e o pequeno indicador da mão esquerda de Lilly marca uma, duas vezes mesmo em cima da mancha esverdeada que representa aquela ilha do Oceano Índico e que se localiza ao largo de Moçambique.

arquivo wmv

Apesar de possuir apenas 23 meses aquando da demonstração, em Agosto de 2007, esta competência de Lilly poderia considerar-se absolutamente normal se fosse a única, mas acontece que a habilidade se passou aos 5 minutos de uma exibição em vídeo de oito minutos, tão fantástica que é só própria dos prodígios, e em que a pequena miúda localiza dezenas de países em planisfério colocado na parede.
Sinceramente que vimos e revimos o vídeo em busca de algum truque e a única palavra que nos ocorre é estupefacção. Ficámos literalmente assombrados. Será possível? Perguntamo-nos como é que uma serigaita de um palmo (palmo e meio parece demais) consegue memorizar tanto nome com um grau de dificuldade tão acentuado e acima de tudo, de todo o resto, consegue relacionar cada um dos nomes com o lugar exacto no mapa.
É que se há países "fáceis" de localizar (até parece que já estamos a considerar Lilly como aluna em ano de escolaridade avançado) como por exemplo o Brasil, curiosamente o primeiro do interrogatório, já a localização de outros como a Suíça ou a República Checa nos parece façanha do outro mundo para não dizer demoníaca visto eles se encontrarem autenticamente encravados no meio de tantos outros. Uma particularidade assaz curiosa foi a identificação de Portugal que talvez por representação tão minúscula no mapa a pequena Lilly teimou em demonstrar várias vezes que não estava a confundir com Espanha, esta que já tinha sido mencionada bem antes e não em sequência.
Olhem caros leitores, fiquem-se com a prodigiosa Lilly e a sua aula de geografia e no final divirtam-se com o som de I like to move it do filme Madagáscar que tanto nos encantou e que foi musa para esta nossa apresentação.

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publicado às 10:44

Futebol Brasileiro 2008

por neves, aj, em 25.01.08

Image hosted by Photobucket.comÉ sabido que por aqui é Verão e que por aí, acima do Equador, venta frio. Metidos no mesmo planeta até parece que vivemos em dois mundos diferentes quase em contradição e para não variar também o futebol anda meio às avessas. Enquanto pelas europas os campeonatos nacionais já pedalam na segunda volta ou turno, exceptuando aqueles onde o rigor do Inverno provoca alterações, por cá o Brasileirão ainda nem começou embora esteja prontinho a arrancar só estando à espera que os estaduais acabem. Lá para Maio. Esta diferença é essencialmente devida a que pela Europa a época futebolística vai de Agosto de um ano a Julho do outro ano enquanto por aqui a época coincide com o ano civil. Depois há que levar em conta a imensidão deste território imensamente povoado onde as equipas de futebol ou times pululam como formigas em formigueiro, ou quase, e há necessidade de colocar todo o mundo a jogar.
Já demos a entender que a bola rola por aqui. Regionalmente, atrevemo-nos a dizer, ou seja em cada um dos Estados que formam a República Federativa do Brasil. Alertamos aí o pessoal desse lado para que não pense que estes campeonatos estaduais são parcos em emoção, antes pelo contrário, cada um deles é disputadíssimo, é carregado de rivalidade e o título é muito desejado, tanto como o de campeão nacional brasileiro. É só imaginar que cada Estado seja como que um País. Depois, um campeonato estadual tem particularidades assaz curiosas como o Paulistão (campeonato do Estado de S. Paulo) deste ano que consegue juntar os chamados grandes ao Corinthians, também um grande apesar de na última época ter descido de divisão no Brasileirão. É que no Nacional Brasileiro o Corinthians irá disputar a Série B (2ª Divisão), mas no Estadual de S. Paulo é formação pertencente à Série A (1ª Divisão). Portanto um determinado clube pode estar em diferentes escalões na mesma época: uma dada posição no respectivo Campeonato Estadual e outra no Nacional. São campeonatos completamente distintos e que não se completam.
Bom, mas vamos às conclusões. Certamente que a maioria dos nossos leitores já identificam o emblema da Lusa que colocámos a embelezar a entrada, mas esperamos que não nos acusem de facciocismo... normalidade, antes... afinal se a equipa veste de vermelho e verde e tem por nome Portuguesa de Desportos qual é que deveríamos pôr? Se não formos nós próprios a puxar a brasa para a nossa sardinha quem a vai puxar? Aproveitemos então para dizer que a Lusa está a disputar a
Série A do Paulistão e que soma 6 pontos por já ter vencido duas vezes (uma delas frente ao Santos) em três jogos disputados (hoje completa-se a 4ª Jornada). Registe-se ainda que o Estadual de S. Paulo vai até Abril e que ao contrário do Nacional tem um "mata-mata" em eliminatórias entre os quatro primeiros de uma classificação em campeonato "em pontos corridos" disputado a uma só volta. [regulamento]

Lembramos que o Brasileirão da Série A terá o seu início em 10 de Maio e o da Série B (2ª Divisão) a 9 de Maio. De interesse é também a Copa do Brasil (a Taça) que tem marcada a 1ª mão da 1ª eliminatória para o dia 13 de Fevereiro.

Finaliza-se com a informação de que os nossos leitores podem acompanhar cada uma das competições na Casa-Mãe no item Futebol no Voz.


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publicado às 06:51

Motoboy

por neves, aj, em 21.01.08

PhotobucketO frango esturrou e há que mandar vir uma pizza... chama o motoboy.
O cliente reclama e há que fazer a entrega da encomenda... chama o motoboy.
O trânsito está caótico e há urgência em entregar o documento... chama o motoboy.
O remédio acabou e há necessidade de mais uma caixa... chama o motoboy.
As situações são inúmeras e das mais caricatas. A necessidade de entrega rápida, o desconhecimento do endereço exacto ou a "comodidade" de se livrar do trânsito das ruas de S. Paulo ou ainda a falta de disponibilidade são motivos mais que suficientes para apelar ao serviço destes cavaleiros da estrada. O seu número na cidade é disparatadamente colocado entre 170 e 300 mil. A verdade é que são muitos, muitos mesmos a cruzarem-se constantemente com automóveis e pedestres e é terrivelmente belo vê-los partir estrada fora como enxame ou maratonistas logo após aparecer o verde no semáforo de cruzamento qualquer.
Mal amados, acusados de imprudentes que circulam em velocidades excessivas fazendo manobras perigosas entre os automóveis, os motoboys são contudo peça fundamental talvez imprescindível na vida quotodiana desta enorme urbe que rebenta pelas costuras em matéria de trânsito. São ainda acusados, por generalização descabida, de serem actores principais em assassinatos e assaltos... não será este um outro problema bem distinto?
Classe trabalhadora não convenientemente remunerada absorve grande fatia dos desempregados o que provoca que uma grande maioria não qualificada dê uma má imagem à classe. A Prefeitura ditou novas leis, como a proibição de transitar nas vias rápidas e fala-se que num futuro próximo não será permitido o transporte de mais um passageiro na garupa do veículo. Às proibições acrescem o aumento de taxas, como o seguro, e uma série de requisitos na carga do veículo e indumentária do motociclista.

CANAL MOTOBOY

No entanto, desta vez os motoboys não acataram e vieram em protesto para a rua, afinal o seu local de trabalho. Talvez não totalmente organizados como se desejaria contudo têm voz e exigem (e exige-se) que seja  ouvida. Espera-se que o sejam e que se encontrem soluções que satisfaçam todas as partes, porque (repetimos) não sabemos onde S. Paulo irá parar sem os seus serviços e se são apelidados de apressados fura filas afinal quem inventou a urgência não foram eles.





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publicado às 13:13

Opinião de Goulart Medeiros

por neves, aj, em 20.01.08

Goulart Medeiros voltou ao nosso convívio.
Eis os seus textos mais recentes.

:: QUEM ACEITA O DESAFIO?
:: VIVEMOS EM DOIS MUNDOS
:: PRECISA-SE DE NOVAS LUTAS
:: SOMOS ANTI-CAPITALISTAS
:: UM ESTILO DE VIDA...
:: ANTI-MILITARISMO

:: DESISTIR É MORRER




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publicado às 17:51

olhos avermelhados

por neves, aj, em 20.01.08

Photobucket... o que melevou logo a descartar a febre amarela, mas as dores no corpo predominantementemusculares, sensação de temperatura elevada, por vezes uns calores apercorrerem-me o corpo que alternam com arrepios, nariz entupido (bastante),andam comigo desde Domingo ou Segunda nem sei bem. Os espirros já meabandonaram mas ao partirem deixaram um nariz abatatado, sensível e apelar-se por tantas vezes ser apertado entre os dedos indicador e polegar.Raramente aparece tosse, mas quando ataca é aflitiva e vem acompanhada de expectoração. Muito por culpa dos cigarros já fumados, certamente.
Terei entãosido contemplado com um resfriado ou uma constipação? Muito provavelmente jáque é normal um resfriado "atacar" o homem, dizem que ao adulto uma ou duas vezes por ano. Em média acompanha-nos por uns 3/4 dias ou uma semana e depois vai embora... é uma doença que apelido de chata pelo desconforto que causa, roubando-nos a (boa) disposição, e que no caso pessoal até me obriga a comer a sopa com bolinhas de algodão nas narinas de forma a impedir que a vaporização liberte muco nasal e este mergulhe na dita.
Descartada que foi a possibilidade de gripe que nós povo tanto confundimos com o resfriado ou constipação, coloquei também fora do baralho, por ausência de mais sinais e/ou sintomas, a carta que eventualmente me poderia pôr a jogar com a dengue, uma doença transmitida pela picada de um mosquito com habitat por terras mais quentes, tropicais e por isso desconhecida em climas temperados como o de Portugal. Vem a propósito contar-vos que a sabedoria popular me disse que se deveria evitar a toma de aspirina para combater as dores de cabeça ou mal estar que me atacaram visto que em caso de dengue o ácido acetilsalicílico (em que é totalmente contra-indicado) pode fazer evoluir a doença para uma forma muito mais severa, a dengue hemorrágica, que pode levar à morte.
Sabia-o bem. O susto em Janeiro de 99 veio-me de imediato à memória, apesar de nada estar relacionado com a dengue já que eu ainda estava por terras lusas. Reinava o Inverno e uma constipação atacou-me. Sem tempo para ficar de cama armei-me de uma caixa com aspirinas e ia tomando, tomando. Uma Segunda-feira tocou o alarme e o branco da sanita (vaso sanitário) ficou completamente pintado de vermelho. Embora preocupado ainda fui dar uma aula. Não sabia que estava a brincar com a vida. Na Escola, fiz uma nova descarga tingida de sangue de um vermelho bem vivo e ainda uma outra. As dores musculares à volta do pescoço tornavam-se seriamente incomodativas quase insuportáveis e apareceu a sede... aquela sede insaciável que jamais vou esquecer. O espelho mostrava-me uma cara pálida, que sabia anémica. Metido em mim e embora já convencido de problema gástrico grave não pedi ajuda e tratei de ir ao Centro de Saúde pelos meus próprios meios arriscando aqui novamente a minha condição de ser vivente. Pelo caminho o acaso ou o tal espírito de sobrevivência de que falam levou-me a um café, a um bar, e pedi uma água gelada. Gelada num dia gélido de Janeiro. Estou convicto que foi dos melhores presentes que dei ao meu organismo. Teria funcionado como que um "tampão" nas mucosas em hemorragia. Mesmo que a Medicina me diga que não eu digo-lhe que sim. À entrada do Centro a minha cabeça encontrou finalmente tranquilidade em ombro amigo: eu já não aguentava, estava exausto e embora nunca tenha chegado ao desmaio sentia-me desorientado, com frio e sede muita sede. Sonda (nasogástrica) daqui e dali mostrava-nos que a lesão, afinal, seria além estômago contrariando (felizmente) os meus medos e primeira hipótese diagnóstica de eventual "rebentamento" de úlcera. No Hospital Distrital de Viseu fiquei a saber que os 11 comprimidos de aspirina (tomados para combater a constipação/resfriado) em conjunto com os anti-inflamatórios (tomados aquando de fractura do braço esquerdo uns meses antes) teriam tratado de desnudar completamente a parte interna do duodeno provocando uma grave hemorragia que a minha teimosia em não pedir ajuda médica imediata agravou seriamente. Demorei mais de meio ano para recuperar e a partir desta situação nunca mais o ácido acetilsalicílico entrou no meu organismo.

Esta foi uma crónica feita preguiçosamente aos empurrões numa tentativa de chamar outras e que se pouco valor possa ter tem pelo menos o condão de vos mostrar que o (mau) exemplo que vos servi vos deve servir de exemplo.


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publicado às 04:53

Foz do Dão

por neves, aj, em 14.01.08

PhotobucketComo o nome indica, a Foz do Dão lembra o local onde o Rio Dão desagua, não no Atlântico que ainda está longe mas num outro rio, no Mondego. Pensando melhor teremos que corrigir e mudar o tempo do verbo para o pretérito visto que a parede da Barragem da Aguieira erguida uns quilómetros a jusante baralhou a geografia e agora torna-se impossível definir o local exacto onde as águas dos dois rios se misturavam. Assim, o prejuízo imediato da construção da Barragem foi o naufrágio total e completo da foz do rio que atravessa a nossa cidade natal e também o desaparecimento do mundo acima de água da pequena povoação da Foz do Dão que fazia parte da freguesia de Óvoa, concelho ou município de Santa Comba Dão. A foto, bem antiga, que nos chegou via mail da parte de um tal Luís Martins que sinceramente pensamos não conhecer, mas a quem agradecemos, mostra-nos para além do casario a soberba ponte que unia as margens do Mondego e que portava consigo o nome de Ponte Salazar. Merece um clique de ampliação já que, em abono da verdade deve ser dito, era uma construção mui bela que por acaso tivemos o prazer de admirar de perto e atravessar várias vezes e só lamentamos não saber em que ano teria sido inaugurada visto que assim conseguiríamos datar a foto... é que não nos ficam muitas dúvidas de a imagem parecer testemunhar esse acto simbólico e marcante na vida de uma região, como o é a inauguração de uma ponte que une povos, dado o ambiente festivo com um substancial aglomerado de pedestres no tabuleiro e a presença dos tradicionais carros negros que usualmente transportam as individualidades ou autoridades locais e/ou nacionais.

Bom, mas esta entrada não foi feita ao acaso. É que ao darmos à estampa esta foto aproveitamos para anunciar que periodicamente iremos passar a publicar outras mais fotos bem antigas do burgo que nos viu nascer, algumas delas tão antigas que pessoas que hoje seriam centenárias relatavam não se recordarem de alguns pormenores retratados. Serão mais de meia centena de fotografias que irão sendo compiladas em álbum próprio após cada publicação.

Porque se impõe, registe-se que este tesouro que muito vai enriquecer o Voz do Seven é oferta do amigo Sr.Carlos Ribeiro proprietário da Foto Ribeiro na nossa Santa Comba Dão natal a quem endereçamos um abraço maior que o Atlântico para além de cordiais agradecimentos que desejamos estender ao genro do nosso irmão mais velho, casado com uma sobrinha como se deduz, pela disponibilidade (e paciência) arranjada para nos enviar as verdadeiras pérolas do antigamente. Em pequena amostra podem de imediato admirar o postal ilustrado que faz parte daquela colecção e que retrata esta mesma Foz do Dão e a Ponte Salazar, hoje submersas, observadas de outro ângulo, de frente ao sabor da corrente, e que permite inclusive observar o loca exacto onde o Dão oferecia as águas ao Mondego, precisamente na sua margem direita.

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publicado às 06:49

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