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O frango esturrou e há que mandar vir uma pizza... chama o motoboy. No entanto, desta vez os motoboys não acataram e vieram em protesto para a rua, afinal o seu local de trabalho. Talvez não totalmente organizados como se desejaria contudo têm voz e exigem (e exige-se) que seja ouvida. Espera-se que o sejam e que se encontrem soluções que satisfaçam todas as partes, porque (repetimos) não sabemos onde S. Paulo irá parar sem os seus serviços e se são apelidados de apressados fura filas afinal quem inventou a urgência não foram eles.
O cliente reclama e há que fazer a entrega da encomenda... chama o motoboy.
O trânsito está caótico e há urgência em entregar o documento... chama o motoboy.
O remédio acabou e há necessidade de mais uma caixa... chama o motoboy.
As situações são inúmeras e das mais caricatas. A necessidade de entrega rápida, o desconhecimento do endereço exacto ou a "comodidade" de se livrar do trânsito das ruas de S. Paulo ou ainda a falta de disponibilidade são motivos mais que suficientes para apelar ao serviço destes cavaleiros da estrada. O seu número na cidade é disparatadamente colocado entre 170 e 300 mil. A verdade é que são muitos, muitos mesmos a cruzarem-se constantemente com automóveis e pedestres e é terrivelmente belo vê-los partir estrada fora como enxame ou maratonistas logo após aparecer o verde no semáforo de cruzamento qualquer.
Mal amados, acusados de imprudentes que circulam em velocidades excessivas fazendo manobras perigosas entre os automóveis, os motoboys são contudo peça fundamental talvez imprescindível na vida quotodiana desta enorme urbe que rebenta pelas costuras em matéria de trânsito. São ainda acusados, por generalização descabida, de serem actores principais em assassinatos e assaltos... não será este um outro problema bem distinto?
Classe trabalhadora não convenientemente remunerada absorve grande fatia dos desempregados o que provoca que uma grande maioria não qualificada dê uma má imagem à classe. A Prefeitura ditou novas leis, como a proibição de transitar nas vias rápidas e fala-se que num futuro próximo não será permitido o transporte de mais um passageiro na garupa do veículo. Às proibições acrescem o aumento de taxas, como o seguro, e uma série de requisitos na carga do veículo e indumentária do motociclista.