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Lua Vermelha

por neves, aj, em 15.02.08

... doFísica Viva e enquadrado em artigo do Voz sob títuloeclipse lunar.

:: E a Lua Ficou Mesmo Bem Vermelha!

Quem está vendo (ou viu) o eclipse lunar na fase de totalidade notou algo bem marcante e típico de eclipses lunares totais: a Lua avermelhada.

Na sombra da Terra, na ausência de luz, a Lua deveria desaparecer por completo. Mas, se ficou vermelha, é porque luz esta faixa de cores de alguma forma entrou no cone de umbra e iluminou a Lua. Mas a pergunta é: como isso aconteceu? A luz fez curva?!

Não, a luz não fez curva. Mas foi desviada por refração quando tangenciava a atmosfera terrestre. Veja a figura abaixo.

Photobucket

A luz solar é chamada de luz branca e é composta por todas as cores visíveis, do vermelho ao violeta. E cada uma dessas cores sofre um desvio diferente que aumenta do vermelho para o violeta. Na condição do eclipse, somente luz nas cores entre o vermelho e o laranja consegue mergulhar para dentro do cone de umbra da Terra e atinge a Lua depois de sofrer desvio na atmosfera. As demais cores não conseguem penetrar no cone de umbra.

Aliás, o azul é predominantemente espalhado pelas partículas da atmosfera e, por isso mesmo, durante o dia, o céu é azul.  

Entendeu o fenômeno belíssimo da Lua vermelha?

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publicado às 15:06

Onde é que fica?

por neves, aj, em 15.02.08

Quando um estranho aparece por uma comunidade nada é mais natural que lhe perguntem de onde é. Palavra puxa palavra pode-se acabar a falar de Salazar.

CLICARPerguntar de onde é, é realmente pergunta natural e nada tem a ver com interrogatório policial, é apenas curiosidade e até serve para "meter conversa" ajudando mesmo o recém-chegado a integrar-se. Eu não escapei da regra, claro, e aconteceu logo que comecei a dar os primeiros passos pelas redondezas da casa que me acolheu nesta enorme urbe. É lógico que estava interessado que entabulassem conversa comigo para assim começar a fazer parte do meio e eu próprio até procurei contacto. Lembro que comecei pelo bar em frente ao apartamento onde resido, o Tiquinhos Bar, propriedade de filho de português de Ovar e curiosamente cunhado de goleiro que defendeu as redes de algumas camisolas do futebol profissional português (recordo Nacional da Madeira e Chaves). Conversas sobre Portugal surgiram, de e sobre bola também, estabeleceram-se laços de amizade e ainda hoje sinto um enorme carinho no "patrício" que o Quim me dirige ao cumprimentar-me.
Depois da visita ao bar ao invés de subir preferi descer a Nazaré Paulista e em boa hora o fiz já que criei bons laços de amizade (que posteriormente me levaram a endereçar convite para testemunhar o enlace) em praça tão igual às nossas lusitanas excepto num ponto que na altura me deixou atónito e ainda hoje me leva a perguntar das razões que assistem às praças de S. Paulo em não possuírem um chafariz, bica ou bebedouro ou mesmo uma simples torneira que nos ofereça uma "pinga ou gota de água" evitando assim que o passante ou visitante se sinta na obrigação de se dirigir ao bar mais próximo para saciar a sede ou lavar as mãos: aqui ou passa pelo constrangimento de pedir o favorzinho ou faz despesa para pagamento dos serviços que a praça pública lhe negou.

Mas falávamos da pergunta, da célebre "de onde é?", quando a comunidade residente se depara com um forasteiro. Acontece que comigo não se passava exactamente assim. É que quando me ouviam as palavras neste tom de "português arrastado", como lhe chamam por cá e creio que para se distinguir do "português demasiadamente acentuado, aberto" falado aqui, a pergunta tão simples e natural apenas merecedora de resposta igualmente natural e simples com poucas delongas como que se travestia e transformava-se de imediato: é português, nunca conseguindo eu saber se era pergunta ou afirmação. Talvez as duas. Carregado de orgulho por a Língua me ter identificado, geralmente anuía apenas com um sorriso, pequeno mas bastante, que dizia tudo e mais alguma coisa e talvez até narrasse toda a história que cada um de nós, portugueses, carrega. Da observação primeira fazia-se então conversa animada e afectuosa quantas das vezes carregada de emoção se as raízes do meu parceiro estavam do outro lado do Atlântico: por vezes era o próprio, outras o pai e/ou a mãe, outras ainda os avós. Algumas vezes entrava a galhofa, por exemplo quando na tentativa de adivinharem a minha naturalidade mandavam como aposta a belíssima região do nordeste português que fica para além dos montes ou a Ilha (a de D. Alberto João) visto que a grande maioria dos pioneiros da emigração portuguesa para estas paragens é proveniente daquelas zonas de Portugal. Depois vinha a surpresa, o espanto talvez, quando eu afirmava que era natural de Santa Comba Dão... "terra de Salazar", diziam-me quase em sussurro. Parece que o hábito perdurava. Verdade, retorquia, mas adiantando de imediato que não tinha bebido da mesma água ou que nem tinha sido baptizado na mesma pia. De jeito nenhum. O engraçado, que afinal não tem graça nenhuma e nos faz pensar, é que alguns daqueles com quem falava (e falo, claro está) e que se tinham visto na obrigação de emigrar pelas más condições económicas e sociais (tempos de fome, patrício) de um país cinzento, triste, que de europeu só tinha a posição geográfica, afirmavam-me agora que Salazar tinha sido um grande homem e que o Portugal de hoje "estava precisando do homem da mão de ferro", et cetera e tal
Está tudo grosso, como diria a grande Ivone. Mas estes gajos fugiram dos tempos difíceis que eles próprios definem de tempos de fome, alguns deles a escaparem igualmente de uma guerra colonial que se adivinhava (os problemas na Índia já seriam realidade) e agora idolatram o homem que comandava o sistema ou regime que não sabia combater a fome, mas que alimentava a guerra permitindo a morte ou estropiações em milhares de homens ainda meninos? E que nunca quis saber do sofrimento de esposas e mães? Claro que os confrontava, como sempre confrontarei quem quer que seja se entrar nessas contradições. Subtilmente desviava-se a conversa, é verdade, contudo ainda tinha tempo de esclarecer que não senhor, Santa Comba nunca tinha conhecido o desenvolvimento no tempo de Salazar e cá para nós caros amigos leitores vistas as coisas bem friamente e se nos deixarmos dessa coisa de "homem da terra" acho que os santacombadenses herdaram mais problemas do que obra feita. Verdade que o homem deixou o nome susceptível de ser "explorado", mas até isso está a dar confusão, demasiada confusão para o meu gosto, dividindo opiniões (e relações) e talvez seja mais problema que solução. É um pau de milhentos bicos que eu pessoalmente não estou interessado em manejar e o que resolverem que seja. É-me indiferente, mas não julguem que deixarei de transmitir aos mais novos o que acabei de escrever. Jamais... e falarei ainda da ausência de liberdade de expressão, da repressão política, da gritante desigualdade social, da submissão, do atraso cultural, da saúde e do ensino só para alguns, em suma de um Portugal só de uns poucos que vivia completamente isolado, orgulhosamente só, virado para dentro de um Império falido.

Mas onde queria chegar não era propriamente a Salazar (tenho a impressão que a audiência hoje vai subir).
Onde eu queria chegar era a uma pergunta, uma outra, aquela que se segue e que é tão crucial ou mais que a primeira que nos fazem ao quererem saber de onde somos: onde fica?
É... onde fica Santa Comba? Mais ou menos no centro de Portugal entre Coimbra e Viseu, mas pertencente a este distrito, dizia e digo eu. Beira Alta, completava. E no Voz do Seven? Como é que um cidadão do mundo, que nem obrigação tem de saber que Santa Comba é uma cidade portuguesa, localiza este pequeno nicho beirão como outro dia lhe chamei? Falha imperdoável caros amigos leitores. E só detectada por alerta do cunhado, irmão da minha sócia. Falo e escrevo tanto da santa terrinha e vejam lá que me tinha esquecido de mostrar ao mundo onde se localiza e como se lá pode chegar. Redactor, director, compositor e outros mais reunidos de urgência lá tentaram remediar e construiu-se um álbum que já está no ar, há algum tempinho diga-se. Agora só se espera é que seja esclarecedor. Nele, no álbum
SANTA COMBA DÃO - ARMAS... HISTÓRIA... LOCALIZAÇÃO, colocámos também as armas e atrevemo-nos ainda a puxar pela História. Esperamos mui sinceramente que tudo esteja nos conformes. A ligação, tal como uma outra ao mapa do google, faz parte de qualquer um dos modelos do Voz e está, como se impõe, no item dedicado à ditosa mãe-terra.
Mesmo que a vontade seja pequena, passem por lá que vale a pena.


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publicado às 10:51



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