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"Tu que já foste ousada, não permitas que te amansem"
Cada vez que ouvimos ou lemos o nome Isadora é como se nos tremesse a passarinha. Não que estejamos de beiça caída por uma Isadora qualquer ou enfeitiçados pela mais célebre delas, Isadora Duncan, a bailarina nascida nos Estados Unidos e que nos anos 20 do século passado aderiu à Rússia Soviética tendo fundado uma Escola em Moscovo. Prefiro viver de pão preto e vodca e sentir-me livre, a gozar as delícias da vida americana sabendo-me prisioneira, chegou a pronunciar em entrevista.
Bailarina verdadeiramente revolucionária rompeu com os padrões clássicos do ballet criando uma dança liberta de espartilhos e sapatilhas de ponta apresentando-se descalça em palco, criando afinal o ballet moderno, o que simultaneamente lhe proporcionou ser considerada como um símbolo do feminismo. Teve uma morte trágica estrangulada pela própria écharpe que usava ao pescoço quando uma das pontas se enrolou nos raios do Bugatti em que seguia e que é cena extremamente marcante no final do filme feito sobre a sua vida. Quem já viu o filme sobre Isadora também jamais poderá esquecer a cena em que ela dança para os operários soviéticos desnudando-se da cinta para cima mostrando os seios sem pudor e virá bem a propósito relatar episódio que aconteceu connosco quando tínhamos aí uns 13 ou 14 anos e esta película passou na sessão de cinema das Quartas-feiras à tarde no então Colégio Academus na nossa ditosa Santa Comba Dão: perante tamanho desplante na tela nem quereis imaginar a "aflição" do operador de máquina (Padre Franklin Coimbra) tentando impedir que a retina dos nossos olhos castos, puros e inocentes visionassem a cena... devíamos estar a entrar nos anos 70, mas garantimos-vos que ainda hoje nos lembramos perfeitamente do quadro, inclusive do peito magro da actriz.
Sinceramente que não sabemos se o motivo de termos gostado do nome Isadora foi pela observação do filme (talvez precocemente já que é bom lembrar que naquele tempo os nus ou semi-nus ou mesmo beijos secos ou molhados nas telas de cinema eram como icebergs em deserto controlados por uma censura ditatorial), mas a verdade é que o nome sempre "mexeu" connosco. De tal ordem que era um dos nomes cabíveis, se menina, no fruto que tínhamos ajudado a gerar e se hoje esse adorável fruto não se chama Isadora é também por culpa da projecção televisiva do filme umas duas semanas antes do nascimento. A filha sabe-o bem e sabemos nós que não ficaria desgostosa se o tivéssemos feito, mas que fique bem claro que antes de a mãe entrar na maternidade o registo do nome que hoje tem já estava determinado.
Bom, pondo de parte tamanhas intimidades explique-se então a razão que nos levou hoje a fazer uma entrada que deve o título, claro, à bailarina de que temos vindo a falar e o conteúdo ou corpo de texto à frase que apresentamos em sub-título. Esta frase atribuída a Isadora Duncan é uma de algumas reunidas em linda apresentação em slides, PowerPoint, intitulada FRASES DE MULHERES que recebemos de uma amiga e que desejamos dividir com vocês leitores (e leitoras, claro).
Como pano de fundo nada melhor que, claro, Isadora de Paul Mauriat.
Finalizamos este alerta sobre a importância de poupar água fazendo ligação a pequeno álbum de fotografias sensibilizadoras e também a acção apelativa de uma ONG. Ainda deixamos mais duas ligações que nos oferecem dicas para economizar água: esta aqui é aoportal UOL e esta ao G1-portal da Globo, recordando aos caros leitores que apesar de ser informação mais virada para o público brasileiro é perfeitamente aplicável a todo o mundo.
Niassa é aqui referido como antigo navio de passageiros pertencente à frota portuguesa, mas é também nome de lago e deprovíncia da ex-colónia portuguesa de Moçambique, que hoje como nação independente tem a denominação de República de Moçambique. Com o eclodir da Guerra Colonial (1961-1974) o paquete Niassa passou a fazer o transporte regular de tropas portuguesas entre a Metrópole (Continente) e as ex-colónias. Em condições precárias transportaria em cada leva dois, três mil homens quedos e mudos com a cabeça cheia de enigmas. Na volta traria outros tantos, mas agora eufóricos, ansiosos e sedentos da terra firme de Lisboa. Quando aportasse no Tejo o navio seria tomado por enorme algazarra e o convés tornar-se-ia demasiado pequeno para tanto homem agora e finalmente crentes no seu regresso são e escorreito daquele longínquo "cu de judas". No entanto, como todos os que rumavam à Metrópole, este mesmo navio também trazia consigo o silêncio em porões escondidos dos olhos dos bravos que regressavam, um silêncio macabro de dezenas, centenas de urnas revestidas a chumbo que encerravam corpos inertes de jovens camaradas.
Mas a imagem miniatura do Niassa que embeleza a entrada não está aqui para falar de uma guerra que estropiou e matou milhares de jovens de ambas as partes e que o regime caquético de Salazar e Marcello não soube pôr cobro. A imagem está aqui porque faz parte de uma apresentação de slides, PowerPoint, intitulada A VELHA FROTA COLONIAL e que me foi enviada por um amigo. Não sei se porventura o amigo João algum dia viajou nele, mas a minha escolha foi assim propositadamente feita porque, aqui sim, sei que o Niassa transportou um dos meus irmãos, só não tenho a certeza se a caminho de Angola se na eufórica chegada a que assisti no Cais de Alcântara em Lisboa. Eu teria então 15 anos, feitos em Novembro e estávamos em Dezembro, e mesmo passados que vão lá quase quarenta anos as imagens afloram-se-me ao cérebro com uma nitidez impressionante e é caso para dizer que lamento imenso ainda não existir tecnologia capaz de traduzir por imagens o que me corre na memória. Poderiam então ver, caros leitores, a cena final de uma épica chegada: caixões despidos de Bandeira Nacional perfilados por todo o convés, não sei quantos mas sei que muitos e os bastantes para me colocarem em sentido, à espera de serem içados e trazidos para o cais sem honra nem respeito por guindaste estivador sujo e porco que abraçava os corpos como se de meras caixas de mercadoria se tratasse. Acreditai ou não, mas a revolta e a raiva iniciada dois anos antes com o início do envio de dezenas de aerogramas cresceu, tomou muito mais forma e cada dia que passava mais eu pensava e matutava que seria o próximo a tomar o caminho... viva Abril que me livrou, e a milhares, de tão maus pensamentos.
Desculpem-nos a publicidade, talvez também a manifestação patriótica, mas não é todos os dias que um filho do pequeno rectângulo à beira Atlântico plantado dá rosto a uma marca internacional para que ela penetre no mercado ocidental.
![]() | SELECÇÃO PORTUGUESA DE FUTEBOL Equipamento oficial Europeu 2008 |
fotos extraídas doMaisFutebol, onde ainda se encontram mais duas ou três selecções
Como que nos passa ao lado nesta imensa urbe.
A agravar parece que o calor está aí novamente ao ataque. Talvez esta meia apatia seja por culpa de uma Páscoa demasiado prematura que segundo um amigo do amigo Alípio só se repetirá daqui a duzentos e tal anos e quem não acreditar e o desejar contestar pode entreter-se por aqui a calcular as "páscoas"... "carnavais", também. Lembramos que as datas da Páscoa não são vontades de "papas", são coisas de luas e equinócios. É que, por "definição", a Páscoa deve ser no primeiro Domingo logo após a Lua Cheia imediatamente a seguir ao Equinócio (de Outono no Hemisfério Sul onde nos encontramos e da Primavera no Hemisfério Norte de onde saímos). E este ano a Lua Cheia e o Equinócio acordaram bem cedo: oEquinócio de Março de 2008 já foi, 20 de Março às 05 horas e 48 minutos (hora Universal coincidente com a hora oficial em Portugal e menos 3 pelo horário de Brasília), dizendo-nos então que por aqui já estamos no Outono e a Lua Cheia de Março de 2008 vai ser daqui a pouco neste dia 21 de Março pelas 18 horas e 40 minutos (hora Universal coincidente com a hora oficial em Portugal e menos 3 pelo horário de Brasília). Como foi dito o Domingo imediatamente a seguir à reunião das duas condições apresentadas será o Domingo de Páscoa, curiosamente o próximo, dia 23 de Março.
Em suma, e voltando à nossa introdução, sentimo-nos assim um pouco como o coelho aí da foto: perdido. Também pudera, pôr um coelho à procura de ovos. Verdadeiro idiota o gajo que inventou esta. No entanto um idiota espertalhaço, admitamos, que após explorar até ao tutano outras galinhas, talvez, resolveu inventar o coelho dos ovos de chocolate para abarrotar os (seus) cofres à custa do Zé Povinho. E assim caminha a mediocridade, como diria o Chico Lang (outro que às vezes também o adora ser).
Independentemente dos credos de cada um, aqui ficam os desejos de uma Páscoa em felicidade. Com bacalhau ou sardinha na Sexta e cordeiro ou frango no Domingo, que cada um de vós se sinta bem e esperançado em dias melhores. Quanto ao tinto experimentem um Quinta do Cabriz, se puderem, e quanto aos doces, às broinhas tão características da nossa Beira, falaremos noutra altura. Palavra de guloso em ansiedade.
Post-scriptum - Não é nosso desejo batalhar na questão das "caras de leão" ausentes das bicas do Chafariz, mas será sacramental interrogar se não se inventa por aí uma técnica qualquer que consiga limpar o "castanho" da pedra granítica. Acreditai ó gente que o Chafariz e as suas memórias agradeceriam.Dissemos aqui uma vez que o Casarão da Pontapraça tinha sido adquirido pela Câmara Municipal da nossa cidade de Santa Comba Dão para nele instalar alguns serviços visto que o velhinho edifício estará a rebentar pelas costuras. Por se situar pertinho da sede pareceu-nos logo à partida medida bem apropriada, mas não é nossa pretensão estar para aqui a emitir opinião tanto que tudo o que antes escrevemos jamais chegou lá acima e cá para nós: que adianta ao Povo contestar se no acto eleitoral dá carta branca ao Poder?
Com esta entrada de leão até pode parecer que estamos a partir para o ataque à Câmara por algo que não concordamos, mas nada disso caros amigos. Não pretendemos contestar nada, foi apenas um desabafo de algo que talvez andasse para aqui recalcado e por outro lado colocar no papel que entendemos que mesmo após ter entre mãos o poder democraticamente dado pelo Povo (por outras palavras poder fazer o que bem entender) uma Autarquia pode perfeitamente continuar a auscultar a população de uma dada zona ou bairro ou da localidade em geral se porventura o "assunto" ou "problema" for delicado ou possa ser susceptível de polémica. Aprendemos isto com a autarquia da cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, que mesmo instituída de poder ouve e discute com grupos de cidadãos (comissões de moradores de ruas e de bairros, associações) os problemas da cidade. Quem sabe, talvez o Engenho ainda estivesse de pé ou tivesse ido abaixo com compreensão e nós próprios tivéssemos de engolir o que escrevemos contra a sua demolição. O mesmo se poderia aplicar, talvez, ao recém falado freixo que reuniões discutidas e esclarecedoras acabariam provavelmente com toda e qualquer polémica que lemos no Defesa. Pessoalmente somos a favor do progresso sem destruir o passado, mas não somos tão carneiros que não entendamos que o progresso necessita, por vezes, de "modificar o passado". A Aguieira é o maior testemunho dessa obrigatoriedade. Longe da vista, mas perto do que se passa, até entendemos a posição da Autarquia neste "caso do freixo" e a perpetuação da sua madeira, afinal a memória, é medida bem apropriada... talvez em estátua ou memorial.
Bom, mas não era nada disto que queríamos falar. Queríamos sim enaltecer a obra feita no Casarão e em toda a zona circundante e cantar a toda a gente o quão belo é observar o Chafariz livre de todos aqueles mostrengos automóveis à sua volta como constatamos pela foto publicada e que copiámos da edição online do Voz do Dão onde é noticiada ainauguração dos novos serviços camarários. Ainda quanto à foto, buscámos e encontrámosoutra perspectiva da zona (aqui com a objectiva de frente para a Câmara) e confessamos que continuámos a gostar: o "ladrilho granítico" que agora cobre o chão fora do recinto do Chafariz ficou óptimo e só se espera que as árvores não tardem em crescer para, quem sabe, num futuro possamos verconvívio semelhante em versão moderna.
As notícias chegaram-nos através da edição online do quinzenárioVoz do Dão
Solidariedade 100 anosÉ verdade que a notícia se refere a anúncio de espectáculo musical já realizado, mas não é por isso que vai deixar de merecer aqui destaque devido ao carácter solidário em volta de uma causa que Voz do Seven também abraçou, divulgando: focar a situação do jovem César Alves vítima de acidente que o deixou tetraplégico e lembrar que necessita de ajuda para realizar uma intervenção cirúrgica. Recordamos que a foto do jovem César, natural do Coval-Santa Comba Dão, colocada na coluna dos links do Voz leva a folheto explicativo da situação em que se encontra.
Diz-nos o Voz do Dão que a Região Demarcada dos Vinhos do Dão vai fazer 100 anos em Setembro. A notícia merece aqui destaque, claro, não só por focar a comemoração de um centenário (qualquer que ele seja merece sempre atenção) mas também por se referir a um dos produtos mais emblemáticos da região: o Vinho do Dão. Conceituado no país, o Vinho do Dão é também exportado para a Europa e Américas. Por aqui costumamos vê-lo, algumas das vezes lamentavelmente engarrafado por casas que nada têm a ver com a Região, como as Caves Messias por exemplo, mas também já encontrámos rótulo em que constava o nome de Quinta de Santa Comba Dão que nem sabemos se ainda elabora. Na actualidade o rótulo do Dão mais comum nas prateleiras dos supermercados é o da Quinta do Cabriz, Carregal do Sal, que está a ser comercializado entre 25 e 30 reais, à volta de 10 euros, um pouquito mais. Nada barato, convenhamos, mas quando o dia é de festa tudo se faz para que também seja dia de voar até à (nossa) Beira.
... e a tradição deixa de o ser quando certos instintos (de sobrevivência e fisiológicos, afectivos talvez também) se sobrepõem ao mais banal deles: guerrearem-se como cão e gato. Será caso para dizer que a necessidade tem o condão de unir mesmo os inimigos mais notáveis que andam ao cimo da Terra, de (atrevemo-nos a dizer) os humanizar... isto, claro, se considerarmos que o humanismo ainda carrega consigo o amor e a solidariedade.
A fotografia é deveras ternurenta. Apesar de não nos mostrar "aquele abraço" entrelaçado ela revela-nos desde logo uma sã convivência entre as personagens nada condizente com as suas condições de cão e gato, recordamos, que apartando este último facto de serem inimigos ancestrais é ilustradora de uma carinhosa cena familiar em que a mãe protectora vigia os seus filhos até à hora da próxima mamada. Estas partidas da Natureza até nos levam a interrogarmo-nos se realmente os irracionais são desprovidos de sentimentos e se na verdade tudo se resumirá unicamente a uma questão de instintos: a cachorra, acabada de parir uma ninhada de filhos mortos, terá necessidade de amamentar e os gatitos que privados da mãe natural (envenenamento da matriarca) têm necessidade de se alimentarem de leite para sobreviverem.
Mas esta entrada só tomou a forma com que se apresenta por influência de umadenúncia publicada no Pontos nos iii sobre o abandono de um pequeno gato (abandono da parte de humanos, frise-se) em contentor de lixo na nossa cidade de Santa Comba Dão, mais concretamente na freguesia de Pinheiro de Ázere. O autor, advogado de profissão, faz crítica ao Código Penal cuja última alteração passou ao lado da problemática alertando ainda que "... tais condutas cobardes e indignas deveriam ser puníveis criminalmente..." e que "... aos olhos da lei portuguesa, os animais continuam a ser tratados como meras coisas, quase como objectos...". Finaliza com a interrogação de até quando a nossa cidade de Santa Comba Dão continuará sem um canil municipal.
O nosso conterrâneo terá toda a razão. Distante dos tempos retrógrados em que o planeamento dos animais era feito à nascença (a nossa contrição é feita sistemática e diariamente em dedicação à Piruças) há realmente necessidade de se criar um espaço próprio e digno para os irracionais que fazem parte do nosso dia-a-dia e que, afinal, até fazem parte do nosso agregado familiar. Proteger os animais será a nossa obrigação (tanto que eles pagam-nos bem com carinho e companhia) e concordamos que se lhes atribuam direitos (que de maneira alguma possam interferir nos direitos dos humanos independentemente da sua condição social), mas que os seus deveres perante a sociedade, na pessoa de seus proprietários ou autoridades representantes, sejam também uma realidade para ser cumprida.