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4 anos de Voz
Voz do Seven está de parabéns, como também estão de parabéns o mentor, o director e o redactor, o compositor e até o censor.
Mas, essencialmente, quem merece as felicitações são vocês leitores e leitoras que tornam possível o entusiasmo não nos abandonar. Dirão vocês que estas são apenas palavras de circunstância, mas acreditai que não. Não imaginais as vezes que estivemos para parar, não necessariamente para abandonar, mas será que depois teríamos coragem para prosseguir?
Em balanço, recordamos que o Voz começou periclitante, a prenhez não foi devidamente calculada e o seu nascimento foi prematuro muito provavelmente porque a ansiedade tomou conta de nós. Com o recém-chegado nos braços olhávamos em todas as direcções e sentidos completamente perdidos sem saber como o alimentar. Valeu-nos nessas horas amargas de desespero de verdadeiro desânimo o xará da Vila Dianteira... lembras-te pá? Já lá vão 4 anos, mas os reconhecimentos não podem deixar-se de fazer. Com empurrão daqui e dali, com beberagem de todas as fontes que avistávamos, o puto cresceu e alargou os horizontes embora jamais possa atingir a idade adulta em pleno. Não pode. De jeito nenhum. É que se ele fica adulto corre o risco de envelhecer (não necessariamente em idade) e modifica-se, deixa de poder contradizer e terá tendência a colar-se ou grudar em alguém embora aqui correndo o risco de apostar no cavalo errado. Muito provavelmente, esquecendo-se dos seus tempos de meninice, começaria a olhar a juventude lá do alto cá para baixo embora fazendo-lhe crer que era a sua prioridade embriagando-a com falinhas mansas para a entreter e até para lhe distorcer factos passados. Nos entretantos não se esqueceria de lhe oferecer prendas materiais. O Voz tem assim que continuar jovem pela necessidade de contestar, porque ser jovem é contestar embora, claro, com respeito e educação. Com diplomacia, acrescentamos ainda, apesar de nem sempre ser perceptível. Por outro lado se ele, o Voz, se torna adulto, não pode mais brincar com as palavras e será obrigado a colocar as vírgulas e os pontos finais como aprendeu na Escola, parágrafos e travessões, não poderá usar pleonasmos nem reforços, terá que usar as regras e as excepções, será criticado por colocar os adjectivos fora do lugar ou de abusar deles e até por redigir com influências de outras paragens. Assim jovem tem mais liberdade, e até desculpa, para escrever o que lhe vai na real gana sem controlos e sem conselhos, e embora sujeito às críticas dos velhos do Restelo que contrapõem que nunca mais cresce ele já tem tarimba suficiente para se borrifar para isso tudo.
Assim é e assim continuará a ser: espalhar com respeito e carinho por toda a parte o nome da Santa Terrinha sem deixar contudo de contar coisas e loisas deste lado do Atlântico e meter ainda aqui ou ali uns apartes... enfim, Voz do Seven continuará a ser um verdadeiro etecetera como lhe chamou o amigo Santos Passos.
O Bolo? Na Casa-Mãe, claro.