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Saúde-se o regresso do camarada e amigo João às lides da escrita aqui no Voz do Seven e em especial por nos oferecer artigo sobre tema ainda e incompreensivelmente considerado como tabu.
EmDe castigo para a bolanha, J. Jesus fala-nos de episódio deveras engraçado, contudo, a narrativa incide principalmente nos horrores vividos na mata e nos terrenos pantanosos (a bolanha) pelos soldados em missão, e em palavras extremamente realistas e contundentes não teme em fazer crítica à forma de fazer guerra dos senhores de altos galões que, como diz, viviam comodamente instalados nos seus gabinetes climatizados pelo ar condicionado e sentados a uma secretária onde o cu da garrafa de whisky fazia marca ao lado de outras no mapa do teatro de operações que assinalavam a progressão dos seus soldados entre balas e mosquitos.Claro está que momentos após tomar conhecimento desta entrada que não é mais que uma chamada de atenção para o dito artigo, o amigo João vai de imediato tentar comunicar comigo e mui provavelmente via áudio pelo msn dizer-me na sua voz de timbre bem característico:
"Eh pá tira lá essa gaita; ainda vão julgar que ando para aqui a exibir-me".
"Não tiro, pá, desculpa lá mas não tiro", dir-lhe-ei de seguida e acrescentarei que aqui no Voz mando eu, que afinal de contas também terei direito a um quinhão da ditadura que ainda nos envolve. Procurarei esclarecê-lo com palavrinhas mansas mas convincentes que ao colocar esta imagem não foi para fazer publicidade aos tempos do garboso soldado por terras africanas antes sim para mostrar a toda a malta que a par da terrível e temível guerra (colonial) outras guerras (do lazer) se tinham obrigatoriamente de travar para que não fossem tão traumatizantes os gritos ou o silêncio sepulcral dos camaradas que na missão anterior tiveram o "azar" ou a infelicidade de serem atingidos por projécteis perdidos vindos da mata.
Mas verdade seja dita que coloco ainda a foto com uma segunda intenção, especialmente dirigida aos jovens destas novas gerações para que não se deixem iludir com as falinhas mansas branqueadoras que agora lhes dão, onde lhes chegam a dizer que essa história da ida a África naqueles tempos era apenas o que a foto pode transparecer: soldado com farda engomadinha, despido de arma e prontinho para ir para a boémia. Nada disso, meninos e meninas, a guerra era um facto, existia, matava e estropiava, era bem verdadeira e carregada de horrores como nos revela o artigo De castigo para a bolanha onde o próprio João é parte integrante.
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Entrada dedicada não à minha mãe em particular mas a todas as mães deste mundo (onde quer que se encontrem), tanto que o poema não é meu e sim do grande Miguel Torga.
Mal chegou tratou de mudar as regras... afinal é Dercy Gonçalves, a eterna voz da irreverência onde quer que ela se encontre.
EntradaDercy no Voz e arquivo no Voz esnips da charge acima.
Não nos cansamos de repetir que o que parece nem sempre é ou nem sempre é o que parece... e ao contrário do que à primeira vista possa parecer estes jovens que estão a tomar de assalto a parede do edifício não estão a furtar ou roubar nem o pretendem fazer. É certo que estão a praticar uma ilegalidade, ao mesmo tempo que colocam a vida em risco, fugindo ao pagamento do ingresso no encontro de futebol entre o São Paulo FC e o Palmeiras [2-1] disputado no Domingo passado no Estádio do Morumbi, mas diga-se que não é para usufruírem dos prazeres e emoções do desafio e sim para tratar de governar a vida: são afinal jovens vendedores ambulantes que, uma vez dentro do estádio, tratarão de refrescar as gargantas aos torcedores ou servir uma pastilha elástica (chiclete) para refrear o nervoso miudinho a troco de umas notas de real como forma de equilibrar as parcas finanças.