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... e o Atlântico ficou mais pequenino.
Acreditai ó gente do meu país (e de todos os outros se me lerdes) que um arrepiante contentamento me percorreu da cabeça aos pés quando vi abraço tão estreito entre os Presidentes das duas nações que agora fazem parte de mim e que dizem por aí ser pátrias irmãs, mas acho que Saramago é que estará mais próximo da verdade ao ver essa relação de parentesco na vertical considerando assim o pequeno rectângulo situado no extremo ocidental da Velha Europa como um avozinho e esta imensa massa territorial no sul do Novo Mundo como o neto que se desenvolve independente, livre das amarras ancestrais e com a sua mui própria cultura resultante de uma autêntica miscelânea: da que por cá já exista com aquela deixada por seu avozinho e a dos povos africanos que entretanto o seu antepassado veio trazendo (de modo forçado, recorde-se) com outras novas culturas entretanto chegadas em fluxos migratórios.
Outras conversas para outras ocasiões, talvez, porque o foco da crónica está no abraço dos Silvas, senhores Cavaco Silva e Lula da Silva, Presidentes da República das duas nações, de Portugal e Brasil, respectivamente, que se encontraram em abraço na capital portuguesa por ocasião de reunião dos países que têm por idioma oficial a Língua Portuguesa, esta afinal o maior dos laços que une estes dois e os demais países presentes, mas não podendo ser descurados os da amizade e essencialmente os laços de sangue que desde os tempos coloniais nunca mais pararam de serem dados, ora com a emigração portuguesa para o Brasil, em força nas primeiras cinco seis décadas do século XX e logo após a descolonização em África, ora com a migração brasileira para Portugal nos tempos mais actuais.
Pena é que em tempos cada vez mais conturbados se esteja a dar conta do aparecimento de certas ideias, como perniciosassilvas em moita, que de modo falacioso e anárquico invadem as mentes (principalmente as mais jovens) e que armadas de espinhos intolerantes infestam a harmonia podendo ao invés de estreitarem os laços vir a rompê-los... assim, em nome de um Atlântico de águas mais calmas que permita travessias mais serenas e ancoragens fraternas que se impeça desde já e de modo radical o alastramento dessas silvas, afinal pertença de uns maléficos silvas, gente selvagem, intolerante, xenófoba e sem memória.
Em missão fraterna e reconciliadora, principalmente a leste, o que se saúda.
Antes, em Lisboa e na companhia de José Sócrates, Chavéz homenageou o revolucionárioSimon Bolívar, depois em Palma de Maiorca trocou aquele abraço reconciliador com o Rei de Espanha mostrando ao mundo que aquele triste episódio na cimeira Ibero-americana de Novembro já pertence ao passado.