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Crianças sozinhas em casa?

por neves, aj, em 05.09.08

quem é Lara Guina

A opinião de LARA GUINA

Crianças sozinhas em casa?

Photobucket Image HostingComo a vida não é como nos filmes, a primeira constatação é que no mundo real os finais felizes não estão garantidos. Portanto, mesmo que o seu filho lhe peça insistentemente e você ache que ele está pronto para esse passo, pense duas vezes. Ou três. Podem não existir, como na comédia americana, malfeitores trapalhões a vigiar a porta, mas, para um miúdo, ficar sozinho em casa pode ser mesmo uma aventura, com inúmeros perigos a saltarem em cada esquina do lar. O primeiro risco deriva exactamente de a criança, apesar de o parecer, ainda não estar pronta para esse crescendo na sua autonomia.
Antes dos 10, 11 anos, os pais não deveriam deixar os filhos sozinhos em casa por mais do que uns breves instantes. E, mesmo nessa altura, depende de cada criança e do seu grau de maturidade.
Uma mãe que se questione se deve deixar o filho de 11 anos sozinho durante os 15 minutos que demora a ir ao supermercado pode não ter a mesma resposta do que um pai que faça a pergunta relativamente à sua criança da mesma idade.
Cada caso é um caso, pois em causa está não só a maturidade respeitante à organização, como a maturidade afectiva que permite lidar com o estar só, pois alguns miúdos podem sentir uma angústia enorme em estarem sozinhos.
Como descobrir em que grau de maturidade se situa o seu filho? Se os pais se mantiverem atentos ao desenvolvimento da criança, observando o seu comportamento e as suas reacções, não será difícil perceber até que ponto podem confiar nela para ficar uns minutos sozinha, ou, mais tarde, umas horas, a seguir às aulas. Por exemplo, se uma criança ainda precisa que seja o pai a pedir-lhe o bolo no café ou que seja a mãe a decidir o que vai vestir no dia seguinte, é claro que não está disponível para esse passo gigante que é ficar sozinho em casa.
Antes de mais, não chega a necessidade paterna de os deixar sós. Os especialistas em desenvolvimento infantil estão em sintonia: as crianças têm de estar de acordo com essa opção. Se, ao falar-lhes da hipótese, perceber que reagem com desconfiança, mostram desconforto ou dizem mesmo que não querem ficar sozinhas, jogue pelo seguro e acredite nelas. É importante que se treine a autonomia da criança, mas com prudência.
Quando as crianças estão realmente prontas para ficarem sozinhas em casa, e lidam bem com a questão, é altura de lhes passar um plano de segurança, que lhes aumenta a confiança e garante que tudo vai correr bem na sua ausência. É essencial explicar-lhes, por exemplo, em que circunstâncias devem ligar para o 112 ou, mais simples, como atender uma chamada ou uma visita inesperada, sem desvendar que os pais não estão. Estabeleça algumas regras e faça-os compreender a importância de serem seguidas à risca. Se elas entram no exagero é complicado, mas não existirem ainda é pior. As crianças precisam de limites e que os pais confirmem a sua aceitação. Os pais podem telefonar para casa ou pedir a alguém de confiança que passe por lá. Da mesma forma, os pais devem respeitar a regra de dizer sempre aos filhos onde vão andar enquanto estiverem ausentes. Podem estar no trabalho, é certo, mas também podem ir às compras ou tratar de qualquer assunto urgente. É importante para as crianças saberem do paradeiro dos progenitores, bem como o tempo aproximado que demoram até chegar a casa. Esses conhecimentos dão-lhes segurança, devendo os pais estar sempre contactáveis.

Lara Guina
Psicóloga Clínica

http://laraguina-psicologa.blogspot.com/





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publicado às 05:38

Maus-tratos a idosos

por neves, aj, em 05.09.08

quem é Pedro Guina

A opinião de PEDRO GUINA

Maus-tratos a idosos

Ultimamente têm vindo a público números impressionantes sobre os milhares idosos que, infelizmente se encontram entregues a si próprios pelo país fora. Idosos sozinhos, abandonados, muitas vezes em aldeias desertas, outras vezes em prédios degradados das nossas cidades.
Muitos desses muitos idosos, hoje tratados pelos filhos, netos e demais familiares como pessoas descartáveis, foram pilares nas famílias que hoje os desprezam e os abandonam numa solidão muitas vezes ensurdecedora. Na verdade, muitos desses idosos, hoje abandonados, foram o braço direito dos filhos a cuidar e educar os netos. Quantos não criaram mesmo os netos, quando os pais (seus filhos) ganhavam a vida no estrangeiro, quando Portugal era um dos principais fornecedores de mão-de-obra da Europa. Muitos desses emigrantes, não se preocuparam sequer em ir com os filhos ao médico ou em saber as suas notas na escola, tarefa que entravavam aos avós. Hoje muitos desses filhos, hoje regaladamente bem na vida, simplesmente abandonam os pais em lares ou em própria casa, sem auxílio de quem quer que seja, simplesmente entregues à sua sorte. Quantas vezes nem se dignam a efectuar um simples telefonema? Relatavam igualmente as televisões que muitas vezes os filhos fazem precisamente o contrário, ou seja, deixem bem claro que não os querem em sua casa ou então, cobardemente, fazem-nos sentir como "personas non gratas". Quantos são internados nos hospitais e, após alta médica, são abandonados pelos filhos em tais instituições hospitalares?
Em entrevistas a alguns idosos, quando lhe perguntavam há quanto tempo os filhos não os visitavam, respondiam que já não eram visitados pelos mesmos há muitos meses, desculpando-os bondosamente com a vida agitada daqueles.
Estes filhos que hoje maltratam os seus idosos, seguramente que esquecem que um dia serão igualmente idosos, que tudo não passa de uma questão de tempo e que um dia não gostariam que lhe fizessem o que hoje fazem aos seus idosos.
Numa reportagem de um canal de televisão, também foi demonstrado que ainda há pessoas generosas. Com efeito, várias famílias recebem em casa idosos que não conhecem, integradas nas chamadas famílias de acolhimento. Por cada idoso recebem cerca do salário mínimo, e comprometem-se a cuidar dele, como seu familiar fosse, dia e noite. Muitas dessas famílias, as quais muitas vezes recebem idosos acamados, mostravam bastante afecto por tais idosos, que com o tempo, se foram tornando da família. Só é de lamentar a razão por que a Segurança Social não divulga mais este programa. Na verdade, este exemplo de sucesso e, acima de tudo de humanidade, merece a nossa admiração. Quanto aos outros, aqueles que abandonam e mal tratam os seus idosos, esquecendo que num futuro próximo, também eles serão idosos, vem-me à lembrança aquele provérbio popular, segundo o qual "Não faças mal ao teu vizinho, que um dia lá vem o teu pelo caminho"!.

Pedro Guina
Advogado

www.pedroguina.blogspot.com

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publicado às 05:01



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