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A opinião de LARA GUINA
Quando os filhos crescem e as preocupações também
Após o nascimento do primeiro filho, o casal começa uma nova etapa no seu ciclo de vida. Além de cônjuges, são também pais e é muito importante que a conjugalidade seja articulada com a parentalidade. Assim, cabe aos pais fazer crescer os filhos, permitindo-lhes uma construção da sua própria identidade através da socialização, para que eles possam ir ganhando a sua autonomia. Mas para isso não devem condicionar as suas escolhas, não devem ter expectativas demasiado altas nem devem esperar que os seus filhos exerçam a profissão que eles sempre quiseram exercer. Lara Guina
Entre pais e filhos é fundamental que exista uma relação vertical, isto é, quem tem o poder, quem dita regras bem definidas, quem transmite valores são os pais. Apesar de serem os pais os detentores do poder, não quer isto dizer que não haja compreensão e que não se ouçam uns aos outros. Uma liberdade sem regras e limites não é saudável nem segura para as crianças.
Muitos pais sentem dificuldades em lidar com os seus filhos, ou porque são demasiado irrequietos, ou porque têm dificuldades de aprendizagem ou até porque são desobedientes. Existe uma série de perturbações que afectam muitas crianças e todo o meio que as rodeiam, desde os pais, avós, amigos, familiares, professores, escola, etc. O meio que rodeia uma criança é bastante alargado, pois a partir do momento em que entra para o infantário nascem muitas novas relações sociais.
Outros, apenas sentem dificuldades na comunicação com os filhos quando estes entram na fase da adolescência. E é quando a adolescência lhes bate à porta que eles se deparam com novas preocupações. Os filhos começam a querer sair à noite com os amigos, como fazem os primos e os irmãos, começam a namorar e quererem estar mais tempo sozinhos nos seus quartos. As saídas com os pais começam a ser bastante aborrecidas, pois em vez de quererem ir às compras com os pais ou visitarem familiares, preferem ter os seus próprios programas para o fim-de-semana. Esta situação dá origem a muitos conflitos familiares, pois os pais nem sempre concordam com as ideias dos filhos, o que reforça as divergências entre as duas gerações. A luta pela autonomia está patente.
Esta fase implica um período de grandes mudanças em que todos se tornam, de alguma forma, uma novidade para os restantes. Pais e filhos têm uma grande dificuldade em se compreenderem e em convencerem o outro a aceitar o seu ponto de vista; não sabem quando devem estar presentes e dar apoio ou quando o devem deixar sozinho. Esta etapa é bastante longa e difícil, pois exige constantemente um equilíbrio entre as exigências da família e as exigências individuais de cada membro.
A adolescência é habitualmente vista como uma aventura e, nesta fase é mais preciso amor do que temor, para poder ultrapassá-la com sucesso. O adolescente luta imenso para alcançar a sua autonomia e a sua identidade e, a sociedade concede-lhe um período de desperta e de experimentação de papéis, enquanto este ainda não está preparado para assumir compromissos dos adultos. Mas apesar desta necessidade de tempo e de espaço, há pais que mesmo antes dos seus filhos entrarem na adolescência têm um conjunto de ideias já formadas sobre esta fase. Assim surge o medo da toxicodependência, do alcoolismo e da falta de um projecto de vida. Para apaziguar os seus medos, os pais tentam controlar ao máximo os seus filhos, proibindo-os de muita coisa, relativamente ao que não devem fazer ou às relações que não podem ter. Por vezes estas ordens são mal recebidas pelos jovens e a comunicação entre os diferentes elementos da família deixa de funcionar, acabando por se afastarem um pouco. Esta estratégia utilizada pelos pais não é muito benéfica porque os adolescentes precisam de regras claras, precisas e coerentes; consequentemente, necessitam de um sistema executivo forte ainda que flexível.
Psicóloga Clínica
http://laraguina-psicologa.blogspot.com/