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A admiração da beleza da grande cidade pelos olhos de um provinciano*... ou o desejo de voar até ela, dirão uns..
... será de tudo um pouco, mas diga-se em abono da verdade que (no momento actual) depois de abraçar haveria o desejo de voltar, repetirA Viagem, novamente ao som de Lisboa, Menina e moça quem sabe... *... sim, provinciano, porque independentemente de hoje residir numa cidade maior do que tudo que até então tinha conhecido (e vão lá quase 7 anos), sempre me considerei pouco citadino e bem "provinciano" ou "caipira", se preferirem. E continuo a considerar-me, com muito orgulho, acrescente-se. Ademais até parece que nem sinto a "cidade grande", sinto-me praticamente "em casa", tal como na Beira, já que entre tanto arranha-céus tive a felicidade de vir parar a zona fortemente arborizada, a rua que é tão calma quanto o Outeirinho da santa terrinha e onde a presença matinal do chilreio de periquitos e bem-te-vis compensam a falta do mirante. Faltará a sardinha de escabeche, a broa e o Dão, mas não se pode ter tudo na vida.
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A opinião de PEDRO GUINA
Partido Socialista estica a corda
Confesso que o congresso do PS me enfadou um pouco. Foi um congresso sem ideias, sem debate, e acima de tudo, manifestou que o actual PS se resume a uma mera máquina de alcançar o poder. Segundo, porque Sócrates apareceu como uma Super Star, numa cultura mediática do líder, fazendo lembrar o convidado Hugo Chávez, atacando a campanha negra levada a cabo pelo Público e por Manuela Moura Guedes no telejornal de sexta-feira. Como se os jornalistas tivessem aprendido emails, como se os jornalistas tivessem culpa das cartas rogatórias para a policia britânica. Perante tamanha demagogia os militantes que enchiam pavilhão, vindos de autocarros de todo o país batiam fervorosamente palmas, pouco faltando para pedir BIS à estrela.
Bem fez Manuel Alegre em não aparecer no congresso. É que o PS sempre foi um partido de ideias e de causas nobres, de cultura e de pedagogia democrática. Infelizmente, muitos dos profissionalmente socialistas têm vindo a empregar linguagem e tiques que de socialistas nada têm (desde há uns anos quem se mete com o PS leva!, ao recente episódio "Malhar na direita"). Lamento que no congresso do Partido Socialista não tivesse havido uma palavra para aqueles que sofrem com o desemprego e a pobreza.
Hoje, como socialista que sou, sinto-me indignado com as declarações absolutamente insensatas (para não dizer outra coisa) de José Lello, que, sempre na defesa do PS (Partido Sócrates) não teve pejo em insultar o histórico poeta da liberdade, Manuel Alegre, referindo que o mesmo tem falta de carácter.
Pois se é coisa que não falta a Alegre é carácter, inteligência, sensatez. Alegre sempre foi um dos maiores defensores da liberdade, servindo sempre dignamente a politica, ao contrário de muitos ditos socialistas de hoje, que mais não fazem que é servir-se do Partido e da política.
José Lello foi mesmo mais longe, referindo-se com desprezo ao milhão de votos que Alegre obteve nas presidências. Pois, na verdade muitos socialistas e cidadãos revêem-se nesses votos, porque se revêem na integridade, na coragem e civismo com que Alegre sempre se pautou na vida política. E José Lello, alguma vez foi a votos? Se esse senhor alguma vez leu e ouviu na voz de Adriano a "Trova do vento que passa", seguramente teria noção das grotescas declarações proferidas.
Toda esta raiva, surgiu hoje por Alegre não excluir, caso a lei o permitisse, a hipótese de concorrer numa plataforma de esquerda contra o PS. Pois uma coisa é certa, tenho a dizer que há semelhança das presidenciais, seguramente que Alegre teria o apoio de todos os socialistas que efectivamente se batem por um Socialismo Democrático e pela ética na politica, e acima de tudo, pelo respeito pelos militantes base. É que os militantes não servem só para bater palmas ou colar cartazes.
Espero que Sócrates tenha a dignidade de se demarcar e de reprovar tais declarações e que ponha um freio a tal gente (o que ainda não aconteceu).
Pedro Guina
Advogado
www.pedroguina.blogspot.com
A opinião de PEDRO GUINA
O estranho caso da Junta de Freguesia de Torroselo
Foi noticiado recentemente um caso no mínimo bizarro, mas que poderá acontecer a muito boa gente que se julga que estar acima da lei.
Com efeito, foi noticiado nos telejornais que a Junta de Freguesia de Torroselo, havia construído um pavilhão desportivo há cerca de vinte anos. Contudo, há menos de meia dúzia de anos tal pavilhão careceu de uma reparação da cobertura, tendo sido contratado um empreiteiro para o efeito. Só que o mesmo prestou o serviço que custou cerca de 15 mil euros sendo que o presidente de junta teimava em não pagar.
Cansado de tantas vezes fazer o caminho da autarquia e vir sempre de mãos a abanar, o empreiteiro agarrou coragem, contratou um advogado e apresentou a acção em tribunal.
Passados os trâmites processuais usuais, chegou a hora da penhora e da remoção do recheio da junta de freguesia. E nada escapou, uma camioneta saiu carregada com todos os móveis da junta e nem a cadeira do presidente se salvou da fúria de tal diligência judicial.
Os vizinhos do edifício da junta, entrevistados, mostraram não só uma enorme surpresa com tal insólito, como, acima de tudo, mostraram-se envergonhados com o facto da sua junta de freguesia ser vista como uma qualquer caloteira que viu os seus bens penhorados e removidos.
Infelizmente, como esta junta de freguesia existem muitas outras pelo país e muitas Câmaras Municipais. O endividamento de muitas delas é qualquer coisa não só repugnante, mas acima de tudo manifestamente irresponsável. Muitas Câmaras Municipais, passaram de maiores empregadoras dos seus concelhos a maiores caloteiras dos mesmos, colocando em agonia empreiteiros, fornecedores e prestadores de serviços. Na verdade, se muitas fossem compelidas a pagar de uma só vez a todos os seus credores, tal não seria possível. A isto, em direito chama-se pura e simplesmente falência.
Seria bom que muitos autarcas tomassem em conta este caso da Junta de Freguesia de Torroselo. É que, as autarquias não estão acima da lei. Portanto, se a moda pega, não me admira nada que qualquer dia tal episódio ocorra numa outra qualquer autarquia do nosso país.
Pedro Guina
Advogado
www.pedroguina.blogspot.com