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... ou uma coincidência do tamanho do Atlântico!
[não fizemos pesquisa, a culpa é desta foto publicada pelo portal UOL]
Separados por 48 anos, Oliveira Salazar eSaddam Hussein viram pela primeira vez a luz do dia a 28 de Abril. É certo que cada um governou à sua maneira e as "tiranias" seriam substancialmente diferentes, mas a essência foi a mesma: em ditadura. Cada um é livre de fazer o seu juízo, mas que os branqueamentos sejam evitados, porque tal como com as gravidezes assim também é com a ditadura: não há meios-termos, ou existe ou não existe.
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(energia limpa em Portugal)
Amareleja é freguesia pertencente ao concelho (município) de Moura, distrito de Beja, Baixo Alentejo, mas é também sinónimo de maior central de energia solar do mundo.
É verdade, caros amigos e amigas, apesar da tradicional mania de nos auto-flagelarmos e de termos um prazer enorme, quase orgástico, de nos considerarmos a cauda da Europa, lá vai havendo uma ou outra notícia que lança o pequeno rectângulo para as bocas do mundo. Pela positiva. É certo que à semelhança do que se passou com o Magalhães virão daí os caceteiros de plantão dizer que não é feito assim tão espectacular já que a empresa que instalou e gere a central de energia fotovoltaica de Amareleja é de nacionalidade espanhola (Acciona, um gigante), mas a eles contrapomos que o projecto é local, da Câmara de Moura, em aproveitamento inteligente das condições únicas da região quanto a qualidade e quantidade da radiação solar. Mas se acharem que o facto da central maior do mundo se localizar em território nacional não é motivo de sobra para enaltecimento então que se encha de brio o peito lusitano por se tratar de energia não poluente, limpa, energia renovável.
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[energia fotovoltaicabem pertinho de Santa Comba Dão - notícia noEcoDebate, Brasil]
Parece castigo, mas é traquinice de moleque que não olha aos perigos que o rodeiam em país que muito fica a dever ao Ambiente.
[elogio aos nossos pinguinzinhos (ESCOLAS) feito por observador isento e em rescaldo ao Académico de Viseu versus O Pinguinzinho disputado no Sábado dia 18 de Abril desafio respeitante à 1ª Jornada da derradeira fase que apura o campeão distrital e que terminou, como os leitores de Voz do Seven sabem, com umaespectacular vitória dos moços de Santa Comba Dão]
Pinguinzinhos? Qual quê! Quando a bola rola são PINGUINZÕES ou Pinguins Imperiais.
O espectador, também redactor de blogue, é pai de atleta de uma das equipas participantes no Campeonato, o Dínamo da Estação (de Viseu), e na entrada dedicada aos jovens santacombadenses não se cansa de elogiar a Equipa de Escolas d'O Pinguinzinho:
- Os Pinguinzinhos são mesmo uma equipazona -quase diria especial, que sabe com mestria mesclar o excepcional virtuosismo individual de vários jogadores (entre outros, os dois médios ala) envolvido num VERDADEIRO jogo do COLECTIVO.
Apresentam um futebol muito maduro, julgo que muitos dos miúdos já estão em 2º ano de competição, que jogam juntos há muitos anos, notando-se que vestem e suam a camisola.
embelezando ainda a dita entrada com dois cartunes deveras elucidativos (também engraçados) que retratam com mestria o que se teria passado no encontro entre academistas e pinguinzinhos: à apresentação de se7e pequenos pinguins timidamente alinhados (mas com uma vontade enorme de vencer) contrapõe com um pinguinzão, soberbo e enorme pinguim imperial, olhando de cima para baixo o seu adversário timidamente representado por pequeno emblema, tamanhas teriam sido então as diferenças verificadas durante a partida.
Porque cada vez mais se nota o branqueamento de uma suja guerra que aconteceu, redige-se com a atenção virada para a juventude do meu país, em particular para a da minha terra, para os jovens que acham interessante o Estado Novo (palavras ouvidas) e que até sentem algum orgulho por Salazar ser um homem da terra. Que assim seja e que até seja lembrado como o homem que deixou os "cofres cheios de ouro" (ouro que se sabe hoje ser em grande parte de anéis, fios e pulseiras de prisioneiros judeus e que foi forma de pagamento do volfrâmio saído para a Alemanha), mas que não caia no esquecimento que Oliveira Salazar foi também governante que enviou carne p'ra canhão para Angola, Moçambique e Guiné.
Ela existiu e matou milhares e milhares de jovens de ambas as partes, portugueses e africanos, sendo que alguns já de genes miscigenados. Ela existiu e deixou marcas bem vincadas na sociedade portuguesa: à volta de 10 mil mortos e muitos mais milhares de jovens estropiados, muitos deles também mentalmente confusos... ainda hoje.
Graças a Abril não estive presente, mas ela não me passou ao lado já que durante 25 longos meses acompanhei a par e passo, em aerogramas escritos, o que se ia passando lá pelo Norte de Angola, às margens do Cuango. Claro que os meus 13 anos começaram desde logo a perceber que a verdade total não vinha escrita nessas cartas de uma folha só, porque do lado de cá, lá em casa, havia uma mãe permanentemente em dor que tinha obrigatoriamente de ser iludida para que a ausência do filho fosse mais suavizada. Ademais havia ainda eu, já em fila na linha de produção de homens p'ra Angola em força, já. De casa havia sempre a preocupação de seguirem notícias animadoras ou triviais, de modo a desanuviar o ambiente. Era eu o escriba.
Inexplicavelmente, ou talvez não, continuo assim a sentir necessidade de escrever sobre esta guerra, a Guerra Colonial que começou em 1961 e prolongou-se à Revolução dos Cravos: Em 1997, em palavras que rimam redigi O Cravo, a minha primeira aventura sobre Abril e mais tarde Onde estavas no 25 de Abril, pá?, prosa real e verdadeira do dia 25 de Abril de 1974 guardada na minha memória, que mostram bem a maior preocupação dos jovens de então: a ida à tropa e consequentemente partida para as terras d' Além-mar. Já por aqui, por terras brasilenses, redigi em descarrego o que chamei de Ensaio sobre a Guerra Colonial, mas claro que não é ensaio algum já que não está nas minhas previsões fazer obra acerca... outros mais abalizados o fazem ou vão fazendo (há sempre tabus) sendo que leitura mais que obrigatória é o livro OS CUS DE JUDAS, da autoria de António Lobo Antunes, médico psiquiatra que fez 27 meses de comissão por terras do Leste de Angola, ficando no entanto o aviso de que não deve o leitor ser impressionável com palavras duras e cruas, lacerantes como punhais. À venda em qualquer (boa) livraria, não só em Portugal como no Brasil. A foto. A foto é colocada à revelia, mas espero ser perdoado. É velhinha, mas é bem real. Dela toma parte um amigo. Retrata momento de descontracção, de retemperar de forças debaixo de copa de frondosa árvore algures numa mata da ainda colónia portuguesa da Guiné Bissau. Provavelmentep'la bolanha. Estávamos ainda em plena Guerra Colonial, claro. São bem visíveis seis soldados fardados. Portugueses, tropas pára-quedistas. Enquanto dois deles estão aparentemente descontraídos, fumando e alimentando-se (apesar da pistola em punho), os outros quatro estão atentos aos movimentos. Vigiam quatro homens, de costas, tapados por cobertores, homens como eles só que pertencentes "ao outro lado" e que tinham acabado de ser feitos prisioneiros. Era a guerra, afinal.
- por a ter intensamente vivido, embora sem lá ter estado fisicamente, repito.
- por me ter livrado de ser morto (ou ficar mutilado) em defesa dos interesses de outros, de não sei quem (sim, verdade, porque isso dep'la Pátria Lutar era pura treta já que a independência de Portugal, por exemplo, jamais esteve em causa).
- por me ter livrado de hipoteticamente matar homens semelhantes a mim, que até podiam ser do meu sangue já que meu avô tinha prole por África, e que afinal só defendiam a terra que lhes pertencia de pleno direito.
- por achar que há fuga ao tema e que há sempre muito pouca literatura que mostre os horrores da guerra e os dramas, quer dos que foram quer dos que os viram partir.
Leitura igualmente aconselhável, com o privilégio de poder ser usado também como consulta [aqui soldados que fizeram comissão na Guiné e cujos corpos não foram recuperados] é o blogueLuís Graça & Camaradas da Guiné que nos oferece testemunhos e troca de mensagens entre os que passaram pela dolorosa experiência.
Por último, uma leitura mais leve na forma de vídeos sobre a Guerra Colonial que o sítio oficial daADFA-Associação dos Deficientes das Forças Armadas nos oferece, lembrando nós que esta associação só existe pós-25 de Abril com o propósito de dignificar os que por este ou aquele motivo sofreram com os horrores da guerra.
Noite de 24 para 25 de Abril na cidade do Porto.
Vem-nos à memória que em noite similar e neste mesmo local, mui provavelmente há 24 ou talvez 25 anos (a idade da filhex é barómetro), cantámos Grândola à entrada do Novo Dia. No palco passou, entre outras, a voz magnífica de Fausto.
A opinião de PEDRO GUINA
O largo do nosso descontentamento
O fim de semana passado Santa Comba Dão esteve em polvorosa, sendo noticiada todos os dias nas televisões e jornais, só que, pelos piores motivos.
Com efeito, o executivo camarário teve o mau gosto de agendar a inauguração da requalificação urbanística do Largo Dr. Salazar para o dia 25 de Abril, precisamente o dia em que se comemora a liberdade o fim de uma das mais longas ditaduras da Europa, marcada pela perseguição, censura, tortura e morte, das quais se destacou a do General Humberto Delgado.
Durante estes últimos dias Santa Comba Dão, graças a esta ideia da Autarquia foi o bobo da corte, alvo do ridículo, noticiada e comentada em jornais, telejornais, na Assembleia da República e até no programa do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa.
Infelizmente, fomos noticiados não por termos qualidade de vida, aldeias lindíssimas ou a futura ecopista do Dão, mas sim, pela Autarquia enaltecer imprudentemente a figura de Salazar. Mas pior que isso, foi colocar tal insólita e inauguração no programa das comemorações oficiais do dia da liberdade, espalhado em cartazes pelo concelho todo.
Ou seja, a Autarquia prestou homenagem a um ditador que nunca homenageou ninguém senão a si próprio (Zalgado Zenha, como jovem presidente da Associação Académica de Coimbra foi preso por se recusar a prestar homenagem ao ditador do Vimieiro), no dia em que se festeja o fim do seu regime, às mãos do qual milhares de portugueses foram torturados, perseguidos ou até mortos.
Sem o 25 de Abril, o Eng. Lourenço não teria sido sequer eleito, pois que no regime do homenzinho que foi homenageado nem sequer havia eleições. Sem o 25 de Abril, o Sr. Presidente não poderia sequer escrever um artigo de jornal a criticar o governo de Sócrates, porque a censura não o publicaria.
Escolher o dia da liberdade para homenagear um ditador é um insulto da pior espécie para todos os democratas e para a democracia.
Não se faz uma homenagem a um ditador que representa um regime no dia em que se festeja o fim desse regime.
Não se fazem declarações à TVI com uso da ironia como as que o foram feitas pelos nossos políticos locais, quando se está a falar de assuntos que merecem toda a seriedade. É verdade que Salazar faz parte da história, mas diga-se, pelos piores motivos.
Quem gosta de politica, como é o meu caso, tem sempre como exemplo vultos do passado, sendo que tenho sempre como referencia Manuel Alegre ou Mário Soares, repugnando-me o discurso saudosista e salazarista de muito boa gente.
Afinal, gostava de saber o que devemos a Salazar:
"Liberdade de Expressão?"
"Liberdade de Manifestação?"
"Eleições livres e transparentes?"
"Integração europeia?"
"Cidadãos instruídos?"
"Hospitais?"
"Serviço Nacional de Saúde?"
"Moeda única?"
Ainda bem que existiu o 25 de Abril, pois que se assim não fosse, este artigo nunca seria publicado neste espaço, pois que seria alvo do lápis da censura.
Viva a Liberdade!
Pedro Guina
Advogado
www.pedroguina.blogspot.com
(publicação tardia a expensas de Voz do Seven... as nossas desculpas a todos)
O título é sintomático: os cinco golos sem resposta na primeira metade do desafio em Viseu frente ao Académico local foram determinantes para que a equipa de Escolas d'O Pinguinzinho começasse da melhor maneira esta 3ª Fase (apuramento do campeão), com uma vitória. É verdade que ainda nada está ganho, mas foi dado passo importante na Caminhada do Título. Pessoalmente temos fé que essa caminhada seja vitoriosa mas ainda muito há para palmilhar. Atente-se que de maneira alguma pretendemos incutir laivos de presunção aos rapazes, antes pelo contrário já que somos adeptos da humildade com determinação, mas também não podemos deixar de lhes dizer que, mesmo a esta distância astronómica, nos sentimos muito orgulhosos pelos resultados que têm vindo a alcançar e que acreditamos piamente no potencial da equipa rumo à vitória final.
Uma palavra também para a equipa de Infantis que, ao que consta, teve o pássaro (quase) na mão mas os últimos 10 minutos de jogo foram fatais. É claro que a derrota (em Viseu ante o mesmo Académico) é um resultado negativo, mas é também verdade que os três pontos perdidos podem ser recuperados. Sabedores da garra e determinação (essas mesmas que demonstraram na 2ª Fase) que caracteriza a equipa acreditamos também que a conquista do título é bem possível.
Lembrando que ambas as formações d'O Pinguinzinho só voltam à cena em 9 de Maio [ver tabelas aqui no Voz] fica o pedido à população santacombadense, novos e velhos, meninos e meninas, para que dê um salto ao velhinho Estêvão de Faria e assim com a sua presença transmitir o tão necessário calor aos nossos jovens mais pequenos.
Eis então a ligação à Crónica do Rafael