Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
![]() |
Rão Kyao tem o condão de nos fazer transportar acima das nuvens. Além Atlântico, além Índico, p'lo Mundo, p'lo Universo. Montada no som do saxo e da flauta de bambu, mais neste do que naquele, confessamos, a nossa mente não encontra barreiras e quase entra em êxtase. Dirão os entendidos que será som tal como droga. Abençoado seja ele então, tanto mais que não causa dependência nem é flagelo social.
De Rão Kyao temos algumas músicas alojadas no nosso esnips e que podem ser aqui ouvidas emplaylist que fizemos a propósito. É uma boa selecção, a possível, mas sentimos uma enorme frustração por não podermos contar com TRAVESSIA, TRÓIA, CANÇÃO DA MANHÃ e RUSGA (DESGARRADA). Já perdemos horas e horas à pesca, mas não conseguimos trazer à nossa rede aquelas maravilhosas trilhas sonoras. Se algum dos nossos leitores as possuir, ficaríamos eternamente gratos se no-las enviassem. Por enquanto contentamo-nos em ouvi-las em playlist que não é nossa (e onde não conseguimos "penetrar") e que pode ser de imediato acedida com um clique
Já há muito que conhecemos Rão Kyao, mas curiosamente tivemos que atravessar os mares para assistirmos ao vivo a um espectáculo deste músico errante que se apaixonou por Goa, apesar de a sua infância ter sido passada em Macau. Já foi no "longínquo" ano de 2002 quando ainda andávamos a conhecer os "cantos à casa", mas jamais poderemos esquecer essa noite maravilhosa na Casa de Portugal aqui em São Paulo e que acabou à mesa às voltas de saboroso presunto de Chaves, bolos de bacalhau, pão e tinto do Douro. Escrevemos a propósito emCrónica Paulistana que publicámos no Defesa da Beira em Maio de 2003. Acrescentamos agora que a lotação da sala estava esgotada, mas verdade seja dita que alguns dos presentes teriam ficado um pouco decepcionados por tão habituados que estão à ideia de que Portugal só "fabrica" Fado. E apenas "fado tradicional", desconhecendo as novas vozes que dão um toque bem especial e diferente à canção ex-libris lusitana. Culpa própria dos "exportadores" musicais lusitanos, claro. Em conversas ocasionais só nos falam de Madredeus e claro de Amália, por muitos considerada a "diva". Gostos que nem todos são obrigados a comungar. Pessoalmente preferimos Dulce Pontes cuja voz foi por estes lados celebrizada em banda sonora de série televisiva produzida pela Globo a partir de obra de Eça de Queirós, autor assaz conhecido e admirado por cá...
Mas, estimados leitores e leitoras, apesar de a "veia" puxar vamos ter que parar porque é hora (sete da matina) de ir fazer uma travessa de (delicioso) Leite Creme, um dos presentes que vamos oferecer à nossa Maria já que hoje é dia de lhe cantar os Parabéns.
Fiquem-se com Rão Kyao, alegrem-se tão quanto nós estamos, tão felizes que até julgamos que as notas musicais que nos soam aos ouvidos saem deste piano onde agora teclamos... enfim devaneios em manhã de Outono que está a nascer amena, sem nuvens e que se espera prenúncio de um dia a ser gozado em pleno.