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Homem na Lua

por neves, aj, em 20.07.09

(hoje completam-se 40 anos)

Há os que acreditam, porque sempre acreditaram e há quem não acredite, porque nunca acreditou.
Curiosamente há os que na altura acreditaram, mas que agora não acreditam, não crendo nós que haja nos dias actuais alguém que na altura não acreditou e que hoje acredite... tudo porque quando Neil Armstrong pisou solo lunar, cremos nós que sim, estávamos em plena Guerra Fria e para os norte-americanos, sabe-o bem o mundo, não havia impossíveis propagandísticos para se colocarem acima da ex-União Soviética, fazendo de tudo para denegrir a imagem e os feitos do figadal inimigo comunista.

20 de Julho de 1969

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Em 1969, os nossos 13 anos e picos não se apercebiam do que se passava no mundo. Quase que apostamos que de Guerra Fria nunca tínhamos ouvido falar, já que só nos obrigavam a encornar as guerras que vinham nos calhamaços de História, as duas mundiais, por exemplo, também a dos 100 anos e, imagine-se, a guerra do Peloponeso, gostando nós hoje de saber de que serviu ocuparem-nos a memória com as causas e consequências (e cacetadas) destas últimas. Da outra, da que decorria além-mar ainda não se fazia História. Evitava-se narrar tal como ela era, mas afinal também não havia necessidade nem pressa... ela estava à nossa espera e apenas faltava  meia-dúzia de anos para a sentirmos no corpo e na alma.  Esta, a Guerra Colonial, a guerra dos enigmas e dos temores, é que era a nossa verdadeira guerra.  Angola é nossa, gritávamos nós, plenos de convicção!
Não bastasse a verdura dos anos que na escola só tinha olhos e ouvidos para os intermináveis sistemas de equações, para os deuses de Roma e Grécia e o feudalismo do tempo da maria cachucha, para os Montes Urais e os rios Obi e Tobol, ou ainda para as toneladas produzidas no mundo, toneladas de trigo, ferro, aço e outras trampices que nos ocupavam os neurónios, a máquina do sistema fechado impedia-nos ainda de viajar, mesmo em pensamento, para além de Berlim, fazendo-se crer que do outro lado da cortina andavam todos vestidos de igual, que por lá matavam os aleijadinhos e que quem tivesse duas vacas era obrigado a dar uma ao vagabundo do vizinho se este não possuísse alguma. Daquele lado, diziam-nos, viviam os maus da fita, os russos ateus, afinal os comunistas.
Por esta altura, pelos finais dos anos 60, as aventuras espaciais ocupavam-nos os sonhos (assim como os OVNI's narrados nos livros de capa preta) e mesmo sendo russo, o termo soviético era pouco utilizado, Gagarin, o primeiro homem a ir ao espaço, era bem conhecido deste lado, mas a estrela da companhia era a cachorra Laika, o primeiro animal a passear-se na órbita terrestre e cujo voo experimental abriu caminho para aquele cosmonauta. Mesmo sendo russa cativou a admiração do mundo inteiro, talvez até porque mostrava o quão eram sem coração esses russos duma figa que maltratavam os animais mandando-os para uma morte programada no espaço. Nos entretantos o mundo era apanhado e bombardeado com a corrida espacial norte-americana e de voo em voo, de programa em programa e de Apollo em Apollo, chegava o dia da grande epopeia que nos prendeu aos televisores: a missão Apollo 11 que levaria o homem à Lua.
É verdade que por alturas deste mês de Julho do ano de 1969 ainda não havia televisão lá por casa do Zé Neves, mas tal não foi impedimento para noite adentro no dia 20 os olhos deste que vos escreve vissem o enchouriçado Armstrong descer em solo lunar: primeiro o pé esquerdo, depois o direito, um pulinho e a célebre frase That's one small step for a man, one giant leap for mankind que olocutor de serviço na RTP (Rádio Televisão Portuguesa) traduziu de imediato para um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade... os nossos ouvidos e os do amigo e vizinho António José de Almeida, em cuja residência nos encontrávamos, foram disso testemunhas.
Nós acreditamos, claro, mais por acharmos possível e natural, mesmo para a época, do que propriamente por termos assistido em directo ou ao vivo. No entanto, e paradoxalmente, o avanço tecnológico permitiu que os cépticos difundissem a sua teoria: de que a ida do homem à Lua foi uma fraude e até descobriram um vídeo restando saber se não é este vídeo a verdadeira farsa. Chamaram-lhe a Fraude do Século e nas páginas a que fazemos ligação podem os estimados leitores tirar as devidas conclusões às análises feitas por aqueles que crêem que tudo não teria passado de mais um golpe da Guerra Fria... em suma, ingredientes mais que suficientes para as pegadas do Homem na Lua ficarem envolvidas por eterno romantismo.



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publicado às 21:48



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