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O título é mais que óbvio levando em conta as fotos que publicamos, no entanto não podemos afiançar se a ave que resolveu fazer um ninho numa Árvore de Natal de uma Escola de um cidade do interior do Estado de São Paulo é na verdade um pardal. Deu-nos jeito, é o que foi, e em rodapé dizemos da nossa justiça.
Se a primeira expressão [aqui há gato] é sobejamente conhecida dos dois lados do Atlântico para indicar que algo de suspeito ou anormal possa estar a passar-se, já a segunda [aqui há pardal] é usada unicamente no reino da Lusitânia e nos dias de hoje conhecida apenas, provavelmente, por alguns privilegiados, aqueles que há uns 30 já possuíam capacidade de memorizar um anúncio comercial a trinchas e pincéis da marca Pardal. Se fizesse parte do léxico, atrevíamo-nos a dizer que o slogan dos pincéis, Aqui há Pardal, seria sinónimo de insuspeição, de óbvio, tal como oalgodão não engana, também slogan de anúncio publicitário, mas este mais recente e referindo-se a um detergente.
É mais ou menos com estas palavras em título que oBlogue da Embaixada nos oferece entrada onde é dito que: "está em exposição no Rio de Janeiro, no Espaço Cultural da Marinha, uma réplica do navio que trouxe os portugueses ao Brasil em 1500, uma nau idêntica à de Pedro Álvares Cabral".
Da notícia consta ainda uma ligação à revistaCiência Hoje dirigida às crianças onde em prosa apropriada são explicados pormenores das embarcações da época dos Descobrimentos Portugueses e até o dia-a-dia dos marujos à época.
Curiosos, não só porque nos vieram à memória os zunzuns sobre uma famosa embarcação construída para comemorar os 500 anos do Descobrimento/Achamento do Brasil, como também porque desejávamos uma fotografia soberba para embelezar a nossa entrada, partimos pela web afora à descoberta de outras mais notícias relacionadas.
NoRio Show encontrámos página dedicada à réplica da Nau Capitânia [onde viajava o capitão] da frota de Cabral [com ligação a vídeo com opiniões de jovens visitantes] e onde nos é confirmada a desconfiança que nos tinha levado à navegação: estávamos sim perante aquela mesma embarcação construída em 2000 e que não tinha conseguido sequer navegar.
Não é piada caros amigos e amigas, é pura realidade. Saibam que naquele que foi o último ano do século XX [e do segundo milénio] comemoravam-se os 500 anos do Descobrimento e para dar mais ênfase ao acontecimento o governo brasileiro fez um investimento num projecto [de 4 milhões de reais à altura] de construção de uma réplica da nau onde viajou, quinhentos anos antes, note-se, o navegadorPedro Álvares Cabral. Só que o produto final revelou-se um fiasco total e a Nau Capitânia, mesmo equipada com motor, não chegou a sair do porto, não conseguindo, portanto, participar das comemorações. Nesta página, em artigo de títuloNau sem Rumo, escrito em 2000 note-se bem, é feita severa crítica ao governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso [FHC] sendo-nos revelados pormenores um tanto ou quanto obscuros de todo aquele projecto que foi, literalmente, por água abaixo. Contudo não vamos poder concordar plenamente com o autor do artigo, jornalista Carlos Pinho, porque em boa verdade não nos consta que lá pela Lusitânia [e nós nesta altura ainda por lá andávamos] se tenham inventado piadas acerca da nau que não conseguiu navegar. Bom, poderá dar-se o caso de as ditas serem só declamadas em serões de má língua lá pelos salões da capital, porque lá pela nossa Beira nunca ouvimos uma sequer. Aliás, e confessando a nossa ignorância, somos obrigados a admitir que só tomámos conhecimento da nau já depois de termos atravessado o Atlântico, não propriamente agora, diga-se de passagem.
Encerramos o assunto com citação de um dossier deveras interessante, Brasil 500 anos - o dia seguinte, inserido em portal brasileiro e onde constam várias reportagens merecedoras de leitura. Para não nos alongarmos muito fazemos apenas ligação a esta reportagem e ainda a esta sobre a Nau de Cabral, mas não deixamos de enviar o leitor aesta outra onde o articulista analisa a forma como a imprensa portuguesa viu as comemorações.
A opinião de PEDRO GUINA
Contraste de Natal
Este Natal foi um Natal cinzento para muitas famílias portuguesas que se viram confrontadas com o desemprego e com inúmeras dificuldades económicas.
Contudo, quem se deslocou às grandes superfícies comerciais do país, conseguiu ver a enchente de compradores desenfreados. Na verdade, o Natal em Portugal assumiu definitivamente o cariz consumista e capitalista do Natal Norte-Americano.
Com feito, foi noticiado que no dia 24 (véspera de Natal), houve um apagão em Lisboa nos terminais de pagamento multibanco e nas respectivas caixas multibanco. Na verdade, levantou-se tanto dinheiro, que grande parte das máquinas multibanco da capital bloquearam, desligando-se e estando sem funcionar vários minutos, o mesmo acontecendo com os terminais de pagamento, os quais criaram o caos nas lojas e supermercados.
Curiosamente, no mesmo dia, foi noticiado que as associações de solidariedade social, devido à quebra abrupta de donativos, se deparavam com sérias dificuldades em ajudar os mais pobres e sem abrigo por forma a terem uma consoada que minimizasse o seu sofrimento.
Estas duas notícias tão díspares, são um verdadeiro contraste. Enquanto uns gastam desmesuradamente, as associações de solidariedade social têm sérias dificuldades em obter donativos para quem mais precisa.
Parece que nem a crise colocou bom senso em muito boa gente, a qual continua a gastar de tal forma, que até é uma ofensa àqueles que se encontram desempregados ou que recebem ordenados ou pensões de reforma tão baixas como as que se praticam no nosso país.
Pedro Guina
Advogado
www.pedroguina.blogspot.com
... e neste Natal 2009, pela primeira vez na vida pensei como peru.
Como cabrito também, diga-se de passagem.
Por arrastamento, claro, elevei o meu pensamento para todos aqueles que vão dando a vida em prol do bem-estar e de melhores condições de vida de outros.
[não se sabe se por herança, mas o reconhecimento interno do Presidente por parte de determinados sectores tem inúmeras semelhanças com o "bota abaixo" na Lusitânia (por determinados sectores também) que adora dar destaque apenas aos defeitos desta ou daquela personalidade gerada no seu seio]
Obama, em Abril passado, já tinha dado o mote: "Esse é o cara, eu adoro esses cara"!
No início deste mês de Dezembro, o jornal espanhol El País considerou Lula da Silva como a Personalidade do Ano [sítio oficial, portal G1].
Agora foi a vez do prestigiado Le Monde considerar o Presidente como o Homem do Ano [sítio oficial, portal uol].
clicar para ampliar - capa jornal O Estado de S. Paulo
Até sabemos que alguns dos que nos visitam terão a tendência de nos considerar como possuídos por uma lulamania qualquer [ou que até pensem que recebemos "algum"], mas ó meus amigos, como ficar indiferente com a visão de uma fotografia destas em que Povão e Presidente se fundem num imenso e um só abraço, principalmente se os olhos pertencem a alguém como nós que consideramos o Povo como a célula-mater de uma Nação e que só com o bem-estar desse mesmo povo é que se pode engrandecer um País?