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A opinião de LARA GUINA
A complementaridade entre a reabilitação física e a reabilitação mental
O impacto de uma lesão neurológica (traumatismo crânio encefálico ou acidente vascular cerebral, entre outras) num indivíduo que até esse momento estava bem de saúde, é sempre um momento de angústia para o próprio, para a família e para os amigos.
A família fica preocupada com as limitações (físicas, pessoais, sociais, profissionais e afectivas) e sofrimento que estas lesões causam e tenta lidar com a situação da melhor forma que sabe. Mas não é fácil!
A sociedade, é como se tivesse padrões de normalidade definidos, e estes padrões, na sua maioria, não incluem indivíduos portadores de deficiência física. Assim, o indivíduo e a família para além de terem de lidar com a nova situação também têm de lidar com a falta de oportunidades sociais. Esta falta de oportunidades e as limitações referidas podem causar no indivíduo um sentimento de revolta, de desvalorização e de grande tristeza.
Um mal-estar psicológico (tristeza, irritabilidade, falta de paciência, isolamento) pode vir a desenvolver alguns conflitos familiares que acabam por afectar psicologicamente os restantes elementos da família.
Para além de toda a reabilitação física, torna-se fundamental a intervenção de técnicos especializados para que a família se reorganize e para que cada elemento volte a desempenhar o seu papel (dentro dos possíveis). Desta forma, uma intervenção ao nível da Psicologia Clínica (terapia familiar), poderá ajudar o indivíduo e a família a reconhecerem e a aceitarem as limitações impostas pela deficiência; poderá ajudar o indivíduo a restabelecer-se, incentivando-o a tomar decisões, a tomar iniciativa e a desenvolver uma maior autonomia; e poderá estimular a família no sentido de não deixar de apoiar o indivíduo e não deixar de o incluir nas actividades e tarefas diárias da família.
É muito importante a família permitir ao indivíduo uma progressiva autonomia. É necessário estimular uma ampliação das relações sociais, um desenvolvimento máximo ao nível da independência na sua reintegração pessoal, evitando situações de isolamento e de superprotecção.
em parceria com
Centro Terapêutico Peroneo[www.peroneo.pt]
Lara Guina
Psicóloga Clínica
http://laraguina-psicologa.blogspot.com/