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(nem a Final será a mesma sem a presença desta carinha laroca)
COMPRIMENTO (DISTÂNCIA) FEMININO
Naide Gomes detentora da melhor marca do ano (7,12m) no Salto em Comprimento (em distância pelo Brasil) e considerada internacionalmente como a grande favorita era grande esperança lusitana ao Ouro. E dizemos era porque já não é, foi eliminada logo na fase de qualificação disputada hoje e não voltará a colocar os pés no Ninho dos Pássaros. Hoje pela manhãzinha, milhões de portugueses (e os entusiastas da modalidade pelo mundo afora) perguntar-se-ão das razões, do que teria acontecido ontem em Pequim para que Naide não tivesse avançado na competição. Já lemos que a atleta lusa foi infeliz, mas também encontrámos palavras que criticam a sua forma de actuar e de que teria usado (ela e o seu técnico) uma estratégia completamente errada.
Quanto a nós, equipados com a pele de português patriota e de opinião que os atletas de alta competição têm obrigação de dar o seu melhor de modo a justificar as cores e o emblema que usam e também os altos valores financeiros despendidos na sua preparação (tendo no entanto o cuidado de sermos tolerantes e não atacar em vão, por dá cá aquela palha) achamos que Naide realmente foi infeliz na táctica que inicialmente escolheu (correu mal, como se costuma dizer na gíria) mas a partir do momento em que viu que não deu (nos dois primeiros saltos) e que tudo poderia ir por água abaixo (como foi) deveria socorrer-se da sabedoria popular e ter empregue a velha máxima: perdido por dez perdido por cem... pelo menos não ficaríamos com aquela imagem última de atleta medrosa ou iniciante.
Vejamos: Naide arriscou no primeiro salto para um apuramento imediato (exigia-se 6,75 m) mas "queimou" a tábua de chamada e o salto foi considerado nulo. Aqui até se deve considerar normalidade e curiosamente até aconteceu o mesmo a Nelson Évora durante a qualificação no Triplo-Salto. Só que Naide não aproveitou o exemplo de Évora e ao invés de ser cautelosa arriscou novamente e "queimou" outra vez fazendo mais um salto nulo. São tácticas e afinal o risco faz parte do desporto. Nada contra. Só que a nossa menina-esperança ficou apenas com um salto na manga (são três) para mostrar todo o seu valor e o nervoso miudinho apareceu à tona dando-nos então aparências de uma qualquer atleta debutante que pela primeira vez pisa uma pista de um estádio com bancadas repletas. Talvez em face dos resultados das outras concorrentes, optou por um salto equilibrado que lhe pudesse dar uma marca à volta dos 6,70 (talvez) e que lhe permitiria avançar mesmo sem atingir os mínimos (caso da brasileira Keila Costa apurada com 6,62m)... no entanto, partindo sem convicção, atreveríamos a dizer derrotada, Naide só conseguiu 6,29 metros, marca que lhe determinou a imediata eliminação sem nos aguçar a curiosidade de consultar a tabela de resultados por tão baixa e ridícula que era.
Já está, já está, não há maneira de voltar atrás. Para a frente é que é o caminho e para o ano há mais (daqui a quatro afinal), mas esperamos que a lição tenha sido bem aprendida pela nossa menina e que da próxima estude conjuntamente com o seu técnico (e um psicólogo) a táctica mais correcta a utilizar. Da nossa parte vai o conselho de que independentemente de se arriscar de início, o trunfo do tudo ou nada, do perdido por dez perdido por cem é para ser aplicado no final quando estamos com as calças ou calções colados à bunda... até torna a nossa eventual saída ou derrota muito mais airosa perante os olhos de quem assiste.
O Comprimento continua e leve-se em atenção que aFinal do Comprimento terá lugar no dia 22 de Agosto, Sexta-feira, pelas 19:20 horas de Pequim (menos 7 em Lisboa e menos 11 em S. Paulo) e contará com a presença de duas brasileiras: a surpresa Keila Costa e Maurren Maggi (séria candidata a medalha) retratada na imagem acima onde um clique leva a álbum de fotos de provas de Atletismo em Pequim 2008.