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Quando a ansiedade e o medo se juntam…

por neves, aj, em 25.09.08

quem é Lara Guina

A opinião de LARA GUINA

Quando a ansiedade e o medo se juntam…

PhotobucketMuitas vezes vamos no autocarro ou no comboio, estamos numa fila ou no meio de uma multidão e vemos pessoas a sentirem-se mal. Apresentam suores, tremores, dificuldades respiratórias com uma sensação de sufoco, náuseas e a primeira reacção que temos é ajudar a pessoa. Abrimos a janela ou pedimos que dêem espaço ao redor dela, damos água, pensando que seja uma quebra de tensão ou um simples enjoo. Nalguns casos dá-se o desmaio, a pessoa é transportada pela ambulância até ao hospital e logo de seguida regressa a casa. Por detrás desses sintomas todos poderá estar presente uma perturbação – Perturbação de pânico.
Esta perturbação consiste na presença de ataques de pânico inesperados e recorrentes e no medo persistente de vir a ter outro ataque de pânico. Quando estes ocorrem fora de casa significa que a pessoa tem uma ansiedade considerada por se encontrar em locais ou situações de onde a fuga possa ser difícil. Estas pessoas em casa sentem-me bem, seguras e tranquilas. E quando pretendem fazer uma viagem mais longa do que o costume ou ir passar um fim-de-semana noutra cidade constroem uma lista de todos os hospitais e centros de saúde desde a saída de casa até ao destino. Estes pacientes têm muito medo de virem a ter um ataque de pânico e não terem ninguém para os socorrer, têm medo de morrer e de perder o controlo. E quanto maior for o medo, maior a ansiedade e mais intensos os sintomas, o que acaba mesmo por desencadear o ataque de pânico.
É natural que a pessoa desmaie devido ao elevado nível de ansiedade, mas em caso de perturbação de pânico ao fim de alguns minutos acorda e está bem. Quando a ambulância é chamada ao local para dar assistência ou para transportar o paciente até ao hospital poderá levar o paciente a pensar que podia ter morrido, que tem alguma doença grave e a partir daí ver a ansiedade como uma catástrofe.
Quando a pessoa sofre um ataque de pânico inesperado, ou seja, sem motivo aparente, não é associado nenhum estímulo desencadeador, logo a pessoa não tem medo de nada em concreto. Mas quando a pessoa sabe que tipo de situações lhe pode desencadear outro ataque de pânico, começa a evitar essas mesmas situações e a ter uma vida mais limitada e consequentemente menos funcional. Por exemplo, uma pessoa que tem um ataque de pânico cada vez que vai falar em público, vai evitar fazê-lo. Assim, começa a sentir-se desmoralizada, envergonhada, infeliz com as dificuldades sentidas em realizar as suas rotinas diárias. As faltas ao emprego ou às aulas estão presentes e devem-se às idas ao médico ou às urgências hospitalares e à exagerada preocupação com a saúde, com o objectivo de realizar exames médicos para ver se está tudo bem e se não sofre de nenhuma doença grave, que outro médico poderá não ter diagnosticado. É importante que se seja seguido por um médico por causa da medicação, mas também, por um psicólogo, para que se inicie o tratamento o mais rápido possível e para que se retome as actividades diárias.
A causa desta perturbação ainda não é exactamente conhecida, mas alguns autores apontam para uma hereditariedade genética, sendo as mulheres mais afectadas que os homens.

Lara Guina
Psicóloga Clínica

http://laraguina-psicologa.blogspot.com/



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publicado às 17:00




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