Um dia destes perguntava-me a minha filha, numa daquelas conversas que bastas vezes temos pelo teclado, se estava mesmo tudo bem comigo. Claro que sim, e foi a minha vez de a interrogar o que a levava a colocar tal ênfase na pergunta.
Tens escrito pouco...
é, realmente tem razão o meu pequeno bombom, que hoje, mulher, já usufrui do tal poder da intuição.
Estou tal qual uma bola vermelha, respondo-lhe eu agora. Como essa que anda para aí a rodar sem parar e até a desafiar as leis da Física. Fisicamente cansado, por vezes, chego a interrogar-me se algo de anómalo não se andará a passar ou a desenvolver no organismo mas afinal já passei dos cinquenta e a lufa-lufa em que ando diariamente deve ser a causa... por arrasto, a disposição de sentar em frente ao monitor e inventar palavras é quase nula. Estou assim um pouco pro rotineiro, com afazeres diários impossíveis de deixar para trás e com a agravante de que tenho coisas indispensáveis a serem tratadas lá fora, lá pela cidade grande onde tudo fica longe de tudo.
Porque o Voz não pode parar lá vou colocando uma ou outra entrada, daquelas em que "não é preciso inventar nem sonhar", levezinhas, daquelas em que o tema nem é polémico, apesar de que com algumas notícias cresce-me a vontade mas deixo escapar a oportunidade um pouco naquela de que amanhã faço. Foi assim com a notícia daquela absurda excomunhão aos que "colaboraram" com o aborto de gémeos que um estuprador tinha plantado em ventre ainda mal formado de menininha de 9 anos...
Sempre julguei que escrevesses alguma coisa, atacou-me em crítica a minha filha.
Tem razão o meu biscoito, e ainda me sinto mal por não ter colocado cá fora o asco e a revolta que essas leis fundamentalistas das religiões me provocam... mas, em verdade vos digo que não vai tardar em que escreva acerca. É tema sempre em aberto e com umas pitadas de arte e engenho facilmente se traz de volta essa manifestação cruel e desumana da igreja católica a que o bispo de Olinda e Recife deu voz. (atente-se que propositadamente desrespeito as normas ortográficas aprendidas na Escola Primária e conscientemente escrevo com letra minúscula os vocábulos em destaque)
Acredito que com esta confissão, reflexão, que agora redijo, a minha mente reaja e se liberte e invente disposição e tempo para com entusiasmo vos continuar a servir as ideias que vagabundam pelas entranhas ou pelo menos notícias que ache interessantes e úteis e/ou curiosas e ainda as coisas lindas que me chegam via e-mail ou que capto por aí na rede das redes.
Por tudo isto, a vossa compreensão caros amigos e amigas para a ausência de escritos. Mais, quando o entusiasmo me chegar não ligueis para o tema, colocação no tempo e espaço ou importância do que vos oferecer. Tenho para aí tanta coisa que nem sei o que lhe fazer...
... entretanto sinto-me obrigado de imediato a interromper a emissão, porque estou sem pão em casa e são horas de tomar o "café da manhã", afinal o pequeno-almoço lusitano. Na ida e na volta aproveito para passear a cachorra porque esta chata dum raio não pára de me chamar a atenção de que também já são horas de ela dar a voltinha da ordem, mas verdade seja dita que ela bem merece pelos momentos tão agradáveis que nos proporciona, é afinal ela que dá o toque infantil ao lar e que desafia a criança que transporto no peito.
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