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Recorde-se que em Portugal até houve um célebre caso que foi arquivado como o "caso da vírgula". Lembro-me que essa vírgula metediça em publicação no Diário da República desvirtuou completamente o contexto, mas sinceramente que já não sei a que matéria ou assunto se referia. Procurei na rede, mas fiquei na mesma, o que lamento. Sei ainda que se transformou em caso político e que essa "insignificante vírgula" fez correr rios de tinta.
Adiante já que não foi o "caso" que nos trouxe até a esta entrada. Antes sim o acaso, vocábulo que na internet até parece que está a perder o sentido já que as probabilidades de um "encontro desejado ou programado" são cada vez mais altas. Bom, o que nos leva, aqui e agora, a falar sobre a importância de uma insignificante vírgula tem a ver com e-mail recebido de amigo que nos fez rir de orelha a orelha e que também nos fez recuar aos tempos estudantis.
Como temos que começar por algum lado, vamos em primeiro lugar recuar no tempo, quase umas quatro dezenas de anos, e vejam o que circulava entre nós jovens de então de modo a valorizarmos a pontuação na redacção da Língua Portuguesa:
SALAZAR DEVE MORRER NÃO FAZ FALTA À NAÇÃO
Compreenda-se, e estas palavras são especialmente direccionadas aos mais novos, que naquele tempo, no tempo do Estado Novo, se alguém o escrevesse (ou dissesse) estava "frito" (não propriamente na Frigideira do Tarrafal). Então contava a historieta que um incauto qualquer teria proferido em público a dita expressão e, talvez após denúncia de algum bufo que até poderia ser o seu vizinho, teria sido imediatamente preso pela PIDE, a polícia política que protegia o regime aniquilando quem contra ele agisse.
Nos calabouços, o pobre homem, inteligentíssimo dos pés à cabeça, bradava que todos estavam errados e que ele até era a favor da situação. Para conseguir a absolvição e regressar a casa em liberdade (conceito que era muito relativo) pediu apenas lápis e papel e escreveu
SALAZAR DEVE MORRER? NÃO. FAZ FALTA À NAÇÃO!
Santa pontuação milagreira, é que apesar de não ter sido a vírgula, foram três dos seus parentes que salvaram a pele ao nosso homem, quiçá um daqueles potugueses entre muitos que nada perceberia de política e que apenas labutava que nem moiro para conseguir levar para casa uma broa de milho.
No segundo caso, no caso da vírgula que foi o verdadeiro mote para esta entrada e que, como dissemos, nos foi enviado via e-mail por um amigo, já estamos perante uma guerra de sexos onde o homem macho (apesar da notória crise de conhecimento) consegue dar a volta ao texto.
Ao ser confrontado pela esposa com expressão proferida por filósofo eminente
![]() | Se o homem soubesse o valor que tem a mulher, ficaria de joelhos à sua frente. |
o marido, astuto que nem raposa, apenas trocou a posição da insignificante vírgula
Se o homem soubesse o valor que tem, a mulher ficaria de joelhos à sua frente
(que o enorme coração de mulher nos perdoe, no próximo dia 8 vamos tratar de compensar)