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Sendo O POVO PORTUGUÊS, por excelência, UM POVO DE EMIGRANTES, que noutros tempos fugiram da fome, da miséria e da guerra, impõe-se perguntar então se esta não será a primeira das facturas a pagar por essa exumação retrógrada e perniciosa que alguns pretendem e que é imperioso impedir que avance.
Embora enojado e revoltado com o que vejo e leio nesse infame e xenófobo cartaz, não deixo de o retratar aqui (a democracia que defendo me obriga a tal) perguntando-me no entanto se terei capacidade de resposta se algum dia, por ventura, me desejarem boa viagem... não vêem estes mal paridos que (também) estão a ofender todos os EMIGRANTES LUSITANOS? E os seus descendentes também? Não vêem estes energúmenos que essa onda xenófoba pode mudar de sentido arrastando esses portugueses espalhados pelo mundo para a desconsideração, para o abismo da desonra? Não previram esses bastardos que esses mesmos portugueses tão legítimos quanto os que residem em território nacional português podem sentir desconforto nas novas relações que conseguiram? Porventura sofrerem retaliações, sociais, laborais, morais ou até físicas? Não saberão eles que, na sua essência (já que resultou dela) o português defende a miscigenação e não esse nacionalismo de um Portugal loiro de olhos azuis? Nunca se perguntaram estes anti-lusófonos (e por arrastamento anti-patriotas) das razões de a Língua Portuguesa estar espalhada um pouco por todo o mundo sendo língua oficial em mais sete países?
Pergunto-me agora neste final de crónica suja e mal cheirosa se não serei confrontado quando continuar narrando orgulhosamente, como Gama ao Rei de Melinde, coisas e loisas da minha Ditosa Pátria Minha Amada. Se o for, e em busca da compreensão de quem me ouvir lá sairá a mesma resposta de sempre: bestas existem em todo o mundo e a xenofobia (como o racismo) não é propriedade de um Povo, é sim da mente de cada um, porque mesmo com estas tristes manifestações (que a Democracia que eles não defendem, permite) grito bem alto que o POVO PORTUGUÊS NÃO É XENÓFOBO.
Estou envergonhado... peço desculpa aos irmãos imigrantes que residem no meu país.