
clicar para ampliarContudo, note-se bem, não seremos nós que aqui vamos propagandear a realização de abortos, já que não somos pelo aborto somos sim é a favor da sua legalização [até ao período de gestação marcado pelos entendidos, claro]. Legalizar não implica abortar. Abortar é um problema de consciência de quem está envolvido [não só a mulher].
A propósito diga-se que não aceitamos discutir o assunto com abordagem religiosa. Essa coisa de que é pecado e de que aborto é "matar uma vida", é conversa [de treta] porque para já a concepção "vida" é demasiado vasta, tem muito que se lhe diga e não admitimos, por exemplo, que de uma forma tão simplista se subentenda chamar de vida, ser humano, a uma única célula [o ovo, acabado de ser fecundado]. É certo que é o início deuma nova vida, sangue do meu sangue carne da minha carne, mas até lá, até à formação da vida como a conhecemos, pronta a enfrentar as adversidades do meio externo, muita água tem que correr sob as pontes e muitas divisões [celulares], afinal células a multiplicarem-se, e também diferenciações têm de acontecer.
Por outro lado tome-se bem atento [e consciência] que o aborto ou se quiserem a interrupção voluntária da gravidez se tornou um problema de saúde pública, e não só aqui, como também ali e lá e até acolá, e só a hipocrisia é que não o quer admitir.
Em remate deste pequeno texto de um tema que não gostamos muito de abordar, feito um pouco à pressa, é certo, e talvez com traços que possam parecer de auto-contradição, resta desejar [mui sinceramente] que a mulher, o casal melhor dizendo, tome absoluta consciência do acto que hipoteticamente venha a praticar: é que ele não fica marcado apenas no útero da mulher, também ficará no cérebro. Garantido.