Voz do Seven 2

É uma das estações da Linha 2-Verde do metropolitano e dá acesso ao complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Daqui parte um túnel, sob edifícios já relacionados com as medicinas, que permite ao pedestre encurtar [bastante] caminho [a partir da movimentadíssima Av. Dr. Arnaldo, por exemplo] e, essencialmente, circular em segurança. Como se depreende a Estação Clínicas não é apenas utilizada pelos utentes ou usuários do metro [metrô] e sim pela esmagadora maioria dos milhares que afloram diariamente ao HC [agácê] vindos do lado da artéria citada. Claro que no retorno acontece a mesma coisa só que em sentido inverso.
As paredes e tecto do túnel mostram a cor do concreto ou betão e vê-se a "impressão" deixada pelas tábuas da cofragem. Igual aspecto tem a dúzia de pilares que sustentam a parte abobadada da passagem.

 
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Não é difícil de prever que este é local mais do que propício a exposições. E elas vão acontecendo, variadas. Quando da última vez que por lá passámos as paredes e os pilares tinham poemas impressos a letras negras, como que coladas. Nos pilares, poemas curtos, de poetas brasileiros [Drummond de Andrade, por exemplo] mas também de Pessoa e dos seus heterónimos. Mar Português tinha destaque no grande mural [já fora do tecto em abóbada] obrigatoriamente notado por quem circula no sentido do HC. Obrigatoriamente estacionámos e declamámos. Contudo, um dos poemas que mais nos intrigou, já que a sua interpretação é subjectiva e quiçá depreciativa, foi o deOswald de Andrade, escritor, ensaísta e dramaturgo e um dos principais nomes do modernismo brasileiro:
Erro de Português: Quando o português chegou/Debaixo duma bruta chuva/Vestiu o índio/Que pena!Fosse uma manhã de sol/O índio tinha despido/O português.

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