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13 de Maio
Cada burro tem a sua mania e uma das manias deste que vos escreve é não se esquecer de em cada ano que passa ir assinalando o dia 13 de Maio como data umbilicalmente ligada à nossa ditosa Santa Comba e que já é marco na sua história, nem que seja pelo simples facto de ter derrubado as barreiras conservadoras dos bairrismosbacocos que colocava de costas voltadas, por vezes em confronto frontal, as gentes de cada uma das freguesias que hoje são parte integrante da Cidade de Santa Comba Dão. No entanto, não se julgue de que tal episódio nos afectou sobremaneira (só não o esquecemos visto não termos essa capacidade de apagar, de fazer delete mental) nem estamos tristes e muito menos sentimos rancor. Só o trouxemos aqui à tona para servir de charneira e podermos ver que aos poucos a revolução das mentalidades se vai fazendo e comprovarmos que um dos grandes passos dados, tão útil se sabiamente aproveitado, na tão necessária união pelo progresso do Município de Santa Comba Dão foi a elevação a cidade naquele ido 13 de Maio de 1999 que com orgulho aqui recordamos e comemoramos.
Com efeito uma determinação parlamentar datada de 13 de Maio que elevou à condição de cidade a então vila de Santa Comba Dão fez com que o burgo abrisse os braços (e aos poucos as mentalidades) e passasse a albergar no seu seio como Santacombadenses os naturais e/ou residentes no seu concelho/município não importando se em Cagido, no Vimieiro ou na freguesia que lhe deu nome.
Com a voz a puxar-nos para caminhos que não queremos trilhar vamos ficar por aqui, apenas pela marcação do ponto, alertando no entanto os desavisados e os mais novos que não é mera futilidade o assunto que trouxemos aqui à baila nesta crónica de comemoração já que no antigamente a rivalidade entre freguesias era enorme (com a Santa Comba egocêntrica, em mania, a puxar dos seus galões) e, por exemplo, um simples desafio de futebol poderia desencadear uma autêntica guerra de palavras provocatórias que por si poderia, como presenciámos, acabar na agressão física. Houvesse naquele tempo de há trinta e tal anos esta mentalidade de cidade e já nós próprios não seríamos acusados de ter traído a terra-mãe só porque tivemos o desplante de, com 18 anos e possuidores de um desejo enorme de jogar à bola, termos vestido outra camisola (do Concelho de Santa Comba Dão, note-se bem) que não a Camisola Preta do Desportivo Santacombadense (tão representante da cidade que nos viu nascer como qualquer outro clube, o Nagosela ou o S. Joaninho por exemplo) e de o termos defrontado com a dignidade própria de um verdadeiro profissional (honrando a camisola que vestíamos) embora não recebendo salário ou vencimento no final do mês.