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Dentes

por neves, aj, em 01.07.10

... tratamento de dentes, aliás "linha de tratamento de dentes" já que são várias as cadeiras [de dentista] enfileiradas, embora separadas  por uma "meia-divisória". A primeira vez que entrei numa das salas da Clínica Odontógica da USP [Universidade de São Paulo], após encaminhamento a partir da "urgência", a sensação que tive foi de uma enorme barbearia em que os "barbeiros" do sexo feminino me pareciam notoriamente em vantagem.

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Se na urgência me calhou em sorte uma jovem doutora [ainda estudante, mas doutora, ora], já na linha de tratamento coube ao Ricardo, ao Dr. Ricardo Barbosa, ora, a tarefa de fazer a barba, "fazer o canal", aos dois malditos que me roubaram noites de sono e me brindaram com dores dignas de constar do mais categorizado menu de um masoquista. Note-se que atrás disse que me calhou em sorte uma doutora, e posso dizer-vos caros amigos e amigas, que foi sorte mesmo. Parece que nada acontece por acaso neste mundo, mas eu digo que o acaso quis que a jovem [bonita, diga-se de passagem] que na urgência me aliviou das dores [sem contudo conseguir evitar algumas provocadas pela broca] fosse casada com um português que veio para cá [também] tirar o curso. Criou-se [quase] de imediato uma empatia de tal ordem que eu até me atrevi a dizer-lhe que esperava que se desse muito bem com o esposo, porque apesar de a minha boca ser lusitana jamais poderia pagar por "erros" cometidos por compatriotas. Riso para aqui sorriso para acolá, anestesia para aqui limpeza [do canal] para acolá, eis que no final a jovem patrícia [está em processo de naturalização] me perguntou se eu queria um encaminhamento ou por outras palavras passar a pertencer aos quadros clínicos da Clínica [como paciente, claro]. Oh doutora, isso seria ouro sobre azul. É, é que a assistência é gratuita e as vagas são difíceis de encontrar, percebeis meus caros? E lá fui eu ter às mãos do Dr. Ricardo, embora no próximo semestre ele "mude de turno" e eu não saber quem me irá sair em sorte. Mas, no problem, como diria um anglo-saxónico, porque o que não falta é simpatia a estes futuros "mestres-tiradentes" [jamais dito em tom depreciativo, antes sim como homenagem evocando o cognome do mais célebre dos dentistas nascido no Brasil, o alferes Joaquim José da Silva Xavier, que a luta pela Independência imortalizou como mártir da nação brasileira, herói nacional também, e até lhe foi dado um dia em homenagem, oDia de Tiradentes, em 21 de Abril]. Ah... curiosamente a foto não retrata a "minha clínica", antes uma em Lisboa. Também universitária e que trabalhará nos mesmos moldes, certamente. A única diferença que noto é que  por cá a parte cimeira da divisória é em vidro o que até permite ver o colega paciente do lado, medir se ele é mais temeroso, mais mijinhas do que nós, o que até pode servir como estímulo para nos armarmos em valentes face à ameaça da broca e seja lá porque seja, recebo sempre os parabéns dados a menino bem comportado: "portou-se muito bem, sr. António".

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publicado às 09:59




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