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O Guardador de Rebanhos

por neves, aj, em 28.07.10

Hoje reparei com mais calma [e atento] no 39º texto do Guardador de Rebanhos que está "impresso" numa das paredes do metrôClínicas afinal a estação de metropolitano que serve o Hospital das Clinicas [o agácê-HC, o Hospital da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo]. Merece publicação:

XXXIX - O MISTÉRIO DAS COUSAS
(do "Guardador de Rebanhos" - Alberto Caeiro)

O mistério das cousas, onde está ele?
Onde está ele que não aparece
Pelo menos a mostrar-nos que é mistério?
Que sabe o rio disso e que sabe a árvore?
E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso?
Sempre que olho para as cousas e penso no que os homens pensam delas,
Rio como um regato que soa fresco numa pedra.

Porque o único sentido oculto das cousas
É elas não terem sentido oculto nenhum,
É mais estranho do que todas as estranhezas
E do que os sonhos de todos os poetas
E os pensamentos de todos os filósofos,
Que as cousas sejam realmente o que parecem ser
E não haja nada que compreender.

Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos:
– As cousas não têm significação: têm existência.
As cousas são o único sentido oculto das cousas!

O Guardador de Rebanhos na íntegra:documento PDF e documento WORD.

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publicado às 10:43




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